15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ERITROCITOSE ASSOCIADA A LEIOMIOMA PÉLVICO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Diante de um quadro de eritrocitose (Hb > 16,5 g/dL em homens ou >16 g/dL em mulheres) o primeiro ponto na propedêutica visa diferenciar policitemia vera (PV) de eritrocitose secundária (ES). Enquanto na PV são comuns a leucocitose, plaquetose, esplenomegalia e níveis séricos diminuídos de eritropoetina (EPO), na ES há aumento isolado da massa eritrocitária estimulado por níveis aumentados de EPO, que normalmente é produzida no córtex renal e regulada pela saturação de oxigênio. Assim, níveis séricos aumentados de EPO podem ser vistos em pacientes com hipoxemia, cisto ou tumor renal, hepatoma, hemangioblastoma cerebelar, síndrome de Cushing ou uso de androgênios. A associação de ES com mioma uterino há muito foi descrita, mas sua patogenia permanece indefinida.

Objetivos

Relatar caso de eritrocitose associada a leiomioma pélvico.

Caso

Mulher de 65 anos, em pré-operatório de ressecção de massa pélvica diagnosticada há 3 anos. Relatava desconforto em região abdominal, sangramento genital intermitente e tromboses em membros inferiores havia 2 meses. Negava sintomas constitucionais, prurido corporal, cardio, pneumo ou hepatopatias, tabagismo ou uso de esteroides. Hipertensão arterial controlada com losartan e tiazídico. Ao exame físico apresentava-se pletórica, spO2 97% e com massa palpável em andar inferior do abdome. Exames: Hb 20,6 g/dL, Htc 63%, leucometria 4460/mm3, plaquetas 135400/mm3, LDH 454 UI/L, creatinina 1,50 mg/dL, tireotrofina, testosterona e cortisol dentro dos valores de referência e EPO 48,6 mUI/mL (VR: 4-29). Tomografia de abdome não mostrou alterações além de extensa massa pélvica. Foram realizadas 5 flebotomias de 500 mL em 10 dias, visando Htc < 50% no intuito de diminuir a morbimortalidade perioperatória. A cirurgia foi laboriosa, sendo ressecada uma massa de 20 x 14 x 10 cm com cavitação cística e 3 massas menores. A análise histopatológica foi compatível com leiomioma epitelioide.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico diferencial das eritrocitoses é bastante amplo. A história clínica e o exame físico podem prover indícios de situações associadas a ES, condição muito mais prevalente que a PV na Clínica Médica. No caso relatado, a presença de uma massa pélvica palpável e a EPO sérica aumentada atentaram para a hipótese da síndrome da eritrocitose miomatosa.

Palavras-chave

Eritrocitose secundária; leiomioma epitelioide; eritropoetina
Autorizo a entidade promotora a publicar meu resumo em mídia impressa e eletrônica: Sim
Este trabalho já foi publicado anteriormente: Não

Área

Clínica Médica

Autores

Isabela Parrini Abdalla Gomes, Marianne Romagnoli Silva, Stéphane Alcântara Freitas, Adriana Aparecida Ferreira