15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HEPATITE AUTOIMUNE: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A hepatite autoimune (HAI) caracteriza-se por hipergamaglobulinemia, presença de autoanticorpos, hepatite de interface na histologia e uma resposta favorável à imunossupressão, sendo responsável por 5-19% das doenças hepáticas dos principais centros do Brasil. O
diagnóstico é feito a partir da exclusão de outras causas de hepatopatia, não havendo marcadores isolados suficientes para definir o seu diagnóstico, utilizando-se um escore, cuja pontuação de mais de 15 e 17 antes e após o tratamento, respectivamente, indica diagnóstico definitivo, e entre 10 a 15 e 12 a 17, antes e após tratamento, respectivamente, indica diagnóstico provável. A prednisona na dose entre 0,5 e 1 mg/ kg/dia, seguida pela adição de azatioprina após duas semanas é o tratamento de escolha.

Objetivos

Relatar um caso de HAI.

Caso

Paciente sexo feminino, 43 anos, com queixa de dor em hipocôndrio direito associada a icterícia, acolia fecal, colúria e prurido generalizado. Negava uso de medicações hepatotóxicas nos últimos 6 meses. Ao exame: presença de icterícia (+++/4+) e dor à palpação de hipocôndrio direito. Exames laboratoriais: transaminase oxalacética: 1098U/L; transaminase pirúvica: 822U/L; fosfatase alcalina: 183U/L; gama-GT: 166U/L; bilirrubina total: 24,9 mg/dL, com fração direta de 20,7 mg/dL; albumina de 2,2g/dL e INR de 1,43. Fator antinúcleo de 1:640 (padrão nuclear pontilhado), imunoglobulina sérica IGG de 38,23g/L e anticorpos anti-músculo liso, antimicrossomal específico do fígado/rim do tipo 1 e anti-mitocôndria negativos. Sorologias virais negativas. Colangiorressonância com hepatoesplenomegalia e fígado de morfologia e intensidade de sinal habituais, sem lesões focais e dilatação de vias biliares. Calculado o escore de HAI com 14 pontos, como a paciente apresentava perda de função hepática foi iniciado prednisona na dose de 1mg/kg/dia. Evoluiu com redução das transaminases, bilirrubina e normalização do tempo de protrombina após 11 dias de tratamento. Posteriormente a azatioprina foi adicionada à terapêutica.

Conclusões/Considerações finais

A HAI sempre deve ser considerada dentre os diagnósticos diferenciais de síndrome colestática, podendo resultar em cirrose, insuficiência hepática e morte, ressaltando a importância do diagnóstico e tratamento precoce.

Palavras-chave

hepatite autoimune; diagnóstico; tratamento

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário Professor Alberto Antunes - Alagoas - Brasil

Autores

Juliana Andrade de Araújo, Juliana Brasil de Oliveira Batista, Aryana Isabelle Almeida Neves Siqueira, Fernando Antônio Melro S. Resurreição, Ana Carolina Abreu Machado, João Lucas Paes Santos