Dados do Trabalho
Título
Aspectos epidemiológicos das internações hospitalares por colelitíase e colecistite atendidos no SUS entre 2008-2019
Fundamentação/Introdução
A colelitíase é definida pela presença de cálculos no interior da vesícula biliar, cuja clínica se apresenta assintomática em até 60% dos pacientes. Tem como fatores de risco idade mais avançada, sexo feminino e obesidade. A complicação mais comum é a colecistite aguda ou crônica, que pode levar ao óbito.
Objetivos
Identificar o perfil epidemiológico das internações por colelitíase e colecistite no cenário brasileiro atendidas pelo SUS.
Delineamento e Métodos
Estudo epidemiológico, retrospectivo, quantitativo e descritivo. Mediante coleta de dados secundários obtidos no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) por meio de inquérito no DATASUS, foi realizada uma análise das internações por colelitíase e colecistite no período de janeiro de 2008 a junho de 2019. Analisaram-se as variáveis sexo, faixa etária, ano e número de internações, caráter de atendimento, região de internamento, valor de gastos e número de óbitos.
Resultados
Com base nos dados obtidos, constatou-se um total de 2.743.667 internações, sendo que a maior quantidade ocorreu no Sudeste (40%), seguida pela região Nordeste (24%), Sul (19%), Centro-Oeste (9%) e Norte (8%). O sexo feminino foi predominante (77%), com média de permanência hospitalar de 3,3 dias, enquanto no sexo masculino esses dados foram de 23% e 4,4 dias, respectivamente. Em ambos os sexos o número de internações teve uma progressão crescente ao longo dos anos analisados. Em relação à faixa etária, houve um maior número de internações em indivíduos de 40-49 anos (20%), seguido de 50-59 anos (19,6%). Quanto ao caráter de atendimento, 56% foram eletivos e 44% de urgência. O valor de gastos total foi cerca de 2 bilhões de reais. Foram registrados 23.432 óbitos, dos quais 58% são referentes ao sexo feminino.
Conclusões/Considerações finais
O estudo demonstrou um expressivo número de internações por colelitíase e colecistite no Brasil, sobretudo na região Sudeste, o que pode se explicado por esta possuir a maior população do país. O caráter de atendimento predominante foi eletivo, provavelmente para realização de colecistectomia por litíase não complicada. O maior número de internações ocorreu no sexo feminino, como se esperaria pela maior prevalência de colelitíase nesta população. Vale ressaltar que no tocante sexo e idade, os dados obtidos estão em consonância com os encontrados na literatura. Assim, é importante planejar ações de saúde, principalmente voltadas à mulher, além de mudanças nos hábitos de vida, com vistas em reduzir a morbimortalidade referente às patologias estudadas.
Palavras-chave
Perfil epidemiológico. Internações. Colelitíase. Colecistite.
Área
Clínica Médica
Instituições
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Bahia - Brasil
Autores
Natael Almeida Gonçalves, Polliana Alves De Oliveira, Adeilton Cleison Borges Daltro , Carla Santos Almeida, Adriana Graça Costa Unfried, Genoile Oliveira Santana