15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico de pacientes com traumatismo crânio encefálico (TCE) atendidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospitais de referência em trauma na Curitiba/PR

Fundamentação/Introdução

O TCE é a maior causa de morte traumática e incapacidade em todo mundo, principalmente entre adultos jovens. No Brasil, estima-se que mais de um milhão de pessoas vivam com sequelas decorrentes dele. Apesar da sua alta prevalência e incidência, estudos epidemiológicos ainda são escassos.

Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico de pacientes com TCE atendidos em UTI de hospitais de referência em trauma de Curitiba/PR, no ano de 2017.

Delineamento e Métodos

Coorte histórica descritiva de características de internamento, evolução e desfecho de 190 pacientes com diagnóstico primário de TCE internados, em 2017, na UTI do referido hospital de referência. Os dados foram descritos em frequências e medidas de tendência de acordo com a natureza das variáveis.

Resultados

Dos 190 internados por TCE, 83,7% eram do sexo masculino, com idade média de 43,121,3 anos. Os mecanismos de trauma mais comuns foram: queda do mesmo nível e atropelamento, cada um responsável por 16,8% dos casos, seguidos por acidente de moto (13,7%), agressão física (13,2%), acidente de automóvel (11,1%), queda de outro nível (8,4%), acidentes de bicicleta (6,8%) e ferimentos por arma de fogo e branca (7,4%), outros mecanismos somam 5,8% dos casos. Sobre a gravidade dos traumas, 36,6% dos casos foram considerados leves, 28% moderados e 35,5% graves, o escore Glasgow mediano foi de 12(8). Além da lesão craniana, 37,9% tiveram trauma de tórax e 15,8% de face. Quanto a necessidade de ventilação mecânica (VM), 80% (152) foram intubados, sendo que 34% das intubações foram realizadas na cena e 46,8% no hospital. A média de dias em VM foi de 7,57,1 dias e 44% foram traquiostomisados, em média 5,22,9 dias após a intubação. Apenas 9,9% tiveram pneumonia associada à VM (PAV) tardia e 3,3% PAV precoce. A taxa total de de pneumonias entre os TCEs foi de 19,5%. A média de permanência desses pacientes na UTI foi de 18,918 dias e a mortalidade de 21,1% (40).

Conclusões/Considerações finais

Homens adultos ainda são os mais acometidos pelo TCE que tem como principais causas atropelamentos e quedas do mesmo nível. Também chama atenção a idade média mais alta que a habitualmente era encontrada na população de trauma. São pacientes frequentemente graves, com traumas associados que necessitam de VM e tem permanência média prolongada na UTI, portanto, precisam de cuidados especiais para evitar infecções e outras complicações.

Palavras-chave

Pneumonia Nasocomial; TCE; Epidemiologia

Área

Clínica Médica

Autores

Alysson Gabriel Araujo Correia, Rafaela Lima Camargo, Renata Alves Cristine, Maria Carolina Marchioni Silva