15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Multirradiculopatia como apresentação clinica de linfoma: a importância das "red flags" na dor lombar

Introdução/Fundamentos

A dor lombar está diretamente ligada aos impactos econômicos e a saúde do trabalhador, com alta prevalência, associada a morbidade e incapacidade. Conhecer as chamadas red flags (bandeiras vermelhas) na dor lombar é importante frente aos diversos diagnósticos diferenciais a serem investigados.

Objetivos

Relatar um caso de Síndrome da Cauda Equina por causa neoplásica, suas manifestações clínicas e diagnóstico.

Caso

Mulher, 59 anos, há 6 meses iniciou com quadro de dor lombar com irradiação para membro inferior direito, tipo pontada, associada a alodinia em região perineal e parestesia em calcanhares bilateral. Após 5 meses evoluiu com piora importante dos sintomas, principalmente da dor e dificuldade da marcha, tendo nos últimos dias apresentado paresia de MMII e incontinência urinária. Ao exame clínico apresentava reflexo aquileu a direita abolido, sensibilidade dolorosa diminuída em região de calcâneo direita, alodinia em região glútea e períneo e força diminuída em flexão de pernas, dorsiflexão do pé e elevação do quadril.

As red flags encontradas são: alteração motora e sensitiva progressiva, anestesia em sela, ciatalgia bilateral e incontinência urinária. Para diferenciar causas infecciosas, inflamatórias e neoplásicas, foi solicitado exame de líquor, pesquisa de células neoplásicas, Gram e cultura e pesquisa de BAAR, com resultado normal. Na ressonância, evidenciou espondilose lombar inicial, abaulamento discal difuso no nível L4-L5 que toca a face anterior do saco dural sem efeitos compressivos. Foi interrogada a possibilidade de uma multirradiculopatia L1, L2, S2 a S5, denominando a síndrome da cauda equina, além da possibilidade de linfoma, gamopatia monoclonal ou neoplasia sólida com metástase óssea. Realizou-se mielograma, biópsia de medula óssea, imunofixação sérica e dosagem de beta 2 microglobulina. Para evitar progressão da lesão neurológica, iniciou pulsoterapia com metilprednisolona 1g endovenoso por 5 dias e escalonado analgesia. Paciente evoluiu com melhora da dor lombar e parestesia, mas ainda apresentava incontinência urinária. A biópsia mostrou infiltração difusa por neoplasia de células redondas, pequenas, compatível com neoplasia linfoproliferativa de pequenos linfócitos.

Conclusões/Considerações finais

Na avaliação clínica de dor lombar é importante procurar ativamente as bandeiras vermelhas e se for o caso, prosseguir com a investigação propedêutica necessária.

Palavras-chave

Dor Lombar, Bandeiras vermelhas, Síndrome da cauda equina, Multirradiculopatia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital das Clinicas- Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

Panmera Bomtempo Martins, Igor Mychael Melo Ferreira, Tabata Bittencourt Batista, Willian Santos Queiroz Silva, Eduardo Crosara Gustim