15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Associação da doença de graves e miastenia gravis: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Doenças autoimunes (DA) em coexistência tem se tornado um desafio diagnostico, principalmente devido a pluralidade de diagnósticos diferenciais. A presença de mecanismos fisiopatológicos similares, associados a fatores genéticos e ambientais poderia ajudar a explicar a coexistência de DA.

A Miastenia gravis é uma doença que afeta a transmissão neuromuscular por causa da produção de auto anticorpos, sendo uma das mais comuns desse grupo, além de ser um dos distúrbios autoimunes mais compreendidos e caracterizados.

A doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo, sendo também uma doença autoimune, que se caracteriza por ativar auto anticorpos contra os receptores de tirotrofina, induzindo uma produção exagerada do hormônio tireoidiano.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente com o diagnóstico de duas doenças autoimunes e sua possível correlação.

Caso

SMJ, feminina, 26 anos, procura atendimento médico devido a diplopia e ptose palpebral ao longo do dia, tendo agravo dos sintomas no período noturno. Além disso refere alteração de força com piora aos esforços, mais evidente em membros inferiores desde outubro de 2018. Paciente também relata ter dispneia intensa associada aos sintomas e assim como os outros, tendo uma piora ao final do dia.

O quadro iniciou de maneira insidiosa com a paciente tendo uma adaptação relativa e gradual, e que após alguns meses não conseguia mais trabalhar ou sair de casa para atividades rotineiras.

Os sintomas iniciaram 2 meses após a paciente ter realizado uma tireoidectomia devido a Doença de Graves. Devido ao procedimento, a paciente faz uso constante de puran, sem demais medicações de uso continuo. Isso levou a equipe a suspeitar de um fraqueza devido ao hipotireoidismo.

Foi realizado a ressonância nuclear magnética para avaliação de estruturas que evidenciou os nervos ópticos tortuosos, a sela túrcica parcialmente vazia e hipertensão craniana idiopática. Durante a investigação laboratorial, apresentou o anticorpo anti-receptor da acetilcolina positivo, sugerindo o diagnóstico de Miastenia Gravis, sem demais achados relevantes.

Efetuou-se o tratamento com imunoglobulina e paciente apresentou uma melhora significativa dos sintomas.

Conclusões/Considerações finais

A associação de Miastenia gravis e Doença de graves já foi relatada, mesmo sendo rara. Então a comunidade médica deve ficar atenta para a coexistência delas ao se deparar com o diagnóstico de qualquer doença autoimune.

Palavras-chave

Miastenia gravis, Doença de graves, doença autoimune.

Área

Clínica Médica

Instituições

Univille - Santa Catarina - Brasil

Autores

Caio César Demore, Laura Fiuza Parolin, Paola Grechi