15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Abcesso Esplênico Recidivante Tratado Conservadoramente Com Antibioticoterapia Prolongada E De Largo Espectro Em Paciente Portadora De Leucemia Mieloide Crônica

Introdução/Fundamentos

O abcesso esplênico (AE) é raro e potencialmente letal, de incidência e morbimortalidade maiores em condições como endocardite, neoplasia, bacteremia e imunodeficiência. A esplenectomia é o padrão-ouro, mas nota-se crescente potencial resolutivo de tratamentos conservadores, com drenagem e antibioticoterapia (ATB), possibilitando a manutenção do baço (importante em imunodeficientes) e reduzindo complicações. Vale ressaltar, porém, a ainda modesta quantidade relatos de tratamento conservador do AE na literatura e o controverso uso de tratamento medicamentoso sem drenagem.

Objetivos

Os objetivos deste relato são apresentar um caso raro de regressão de AE com tratamento conservador em imunocomprometida e apresentar a drenagem mais ATB como possibilidade resolutiva de tratamento nesses casos.

Caso

Admitida com leucocitose, desvio escalonado, anemia e hepatoesplenomegalia, paciente foi encaminhada para mielograma. Evoluiu com febre e sinais infecciosos, sendo evidenciada lesão nodular no baço à ultrassonografia (USG), mais instabilidade e bacteremia de provável foco urinário (E. coli ESBL em urocultura). Iniciado Meropenem. Dado piora clínica, indicado Vancomicina e tomografia computadorizada (TC). Notado AE importante, drenado videolaparoscopicamente com saída abundante de secreção purulenta. Em paralelo, diagnosticado Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e iniciado Imatinibe. Tratamento prolongado com ATB de largo espectro, havendo nova piora infecciosa, associada a recidiva de AE volumoso e bacteremia às custas de Klebsiella multirresistente. Iniciado Polimixina/Tigeciclina e Amicacina e programada drenagem percutânea via USG. O exame não identificou abcesso puncionável e TC posterior evidenciou persistência do AE com aparente loculacão e redução de volume. Aventada esplenectomia, mas descartada visto imunossupressão e melhora progressiva. Mantido ATB por 6 semanas, evoluiu afebril com procalcitonina negativa e foram documentadas apenas áreas cicatriciais no baço, sustentando alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de grave, convém avaliar a possibilidade de tratamento conservador (drenagem e ATB) nos casos de AE, principalmente em imunocomprometidos (têm vantagem na manutenção do baço), inclusive com chance de regressão sem drenagem em algumas ocasiões. Para tanto, é importante o acompanhamento com exames de imagem, o resultado microbiológico para direcionamento da ATB e a avaliação constante dos parâmetros infecciosos.

Palavras-chave

Abcesso Esplênico; Tratamento Conservador; Antibioticoterapia Prolongada; Leucemia Mieloide Crônica; Imunossuprimido.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

Tabata Bittencourt Batista, Matheus Ladir Pereira Vieira de Morais, Panmera Bomtempo Martins, Getúlio Andrade Ferreira, Suzanne de Freitas Rocha