Dados do Trabalho

Título

RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM PACIENTES COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE

Fundamentação/Introdução

Uma das principais síndromes geriátricas é a incapacidade cognitiva, condição na qual o indivíduo perde em algum grau sua autonomia para realizar as atividades de vida diária, o que impacta tanto em sua qualidade de vida quanto na de seus familiares. Essa perda pode ser tanto reversível quanto irreversível, a depender de sua causa. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição extremamente prevalente na faixa etária geriátrica e sua associação com déficits cognitivos graves são bem descritos, justificando o estudo de sua relação com os comprometimentos mais leves.

Objetivos

O presente estudo tem como objetivo avaliar se existe relação entre a HAS, variáveis cognitivas como memória, velocidade de processamento, controle inibitório e funcionalidade em pacientes idosos com CCL.

Delineamento e Métodos

Os participantes do estudo são de uma amostra coorte longitudinal de pacientes do Ambulatório de CCL e DA do Complexo Jenny Faria de Andrade do Hospital das Clínicas da UFMG. Foram incluídos 119 indivíduos idosos com faixa etária entre 60 e 96 anos, com escolaridade entre 0 e 26 anos. Cada participante foi submetido a uma análise médica pessoal, que incluiu anamnese, exame físico e neurológico, além de testes neurocognitivos. Os dados foram obtidos entre o período de 2011 a 2019. Para análise estatística foi utilizada a versão 25 do software SPSS. O teste U de Mann-Whitney foi utilizado para comparar dois grupos: pacientes com HAS relatada pelo cuidador(todos em tratamento farmacológico) e sem HAS em relação à funcionalidade, memória, controle inibitório, velocidade de processamento e cognição geral. O estudo obteve consentimento de todos os participantes através de TCLE e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFMG.

Resultados

Os resultados evidenciaram significativa associação entre a HAS e o comprometimento da funcionalidade (U=1817,000, p=0,079), cognição geral (U=1221,000, p=0,011), velocidade de processamento (U=2865,000, p=0,047) e controle inibitório (U=2534,500, p=0,026). Não foram observadas associações relevantes entre HAS e memória (U=2658,000, p=0,405).

Conclusões/Considerações finais

Foi observada associação entre hipertensão arterial e comprometimento funcional, de cognição geral, velocidade de processamento e controle inibitório. Dessa forma, percebe-se que atuar na hipertensão arterial de modo a evitá-la ou, pelo menos, controlando seus valores é uma ação válida também para evitar pequenas alterações cognitivas que impactam na autonomia dos idosos e influenciam diretamente na dinâmica familiar.

Palavras-chave

hipertensão arterial sistêmica, comprometimento cognitivo leve, cognição

Área

Clínica Médica