15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PURPURA DE HENOCH- SCHONLEIN: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Púrpura de Henoch-Schnlein (PHS) é uma vasculite preferencialmente de pequenos vasos. Incidência: 9:100.000 habitantes, com idade média de início aos 5 anos e predomínio no sexo masculino. É comum ser desencadeada por uma infecção das vias aéreas superiores, além de drogas, vacinação ou alimentos. O acometimento gastrointestinal é frequente, além artralgia ou artrite e glomerulite.

Objetivos

Relatar um caso sobre a vasculite mais comum da infância, PHS.

Caso

ABF, feminino, 4 anos, no dia 04/09/2018 iniciou com quadro de lesões petequiais em membros inferiores e região glútea sem alteração à digitopressão. Evoluiu com dor abdominal, inicialmente tratada com paracetamol. O quadro apresentou piora progressiva, e associação com repetidos episódios de vômitos. No dia 06/09, devido a persistência dos sintomas, procurou o hospital e apendicite foi considerada a hipótese diagnóstica. Internada, realizou laparoscopia e foi instituída corticoterapia oral por dois dias. Obteve melhora do quadro, recebeu alta e fez uso de corticoide oral por mais 7 dias em domicílio. Ao segundo dia do desmame da medicação, com dose de 0,5mL, houve recidiva dos sinais e sintomas. Dia 15/10 apresentou vômitos com sangue e episódios de diarreia. Dia 16/10 evoluiu com fezes sanguinolentas, levada novamente ao hospital. Realizados ultrassonografia e tomografia computadorizada de abdome: ambos com achados compatíveis com colite. Laboratoriais: leucócitos 17.760, plaquetas 467.000, creatinina 0,3 ureia 21, proteinúria 156mg/24horas, urinálise: hemoglobina livre 3+, eritrócitos > 100, proteinúria 2+, cetonúria. Exames de coagulação normais.
Iniciou pulsoterapia com metilprednisolona 2mg/kg/dia de 12/12h associado a metronidazol, passou para corticoide oral dia 19/10 com recidiva após um dia, realizado novo US de abdome, sem alterações. Retornou pulsoterapia 30mg/kg/dia, e após melhora clínica e laboratorial, diminuição de dose, manteve remissão do quadro. Dia 25/10 iniciou prednisolona 16mg 2x ao dia e encontrava-se bem. Recebeu alta hospitalar posteriormente.
Histórico de imunização contra Sarampo e surgimento das petéquias após 14 dias desta vacina.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico de PHS foi estabelecido diante do quadro clínico. A leucocitose leve, os testes de coagulação normais e a colite evidenciada nos exames de imagem contribuíram a favor do diagnóstico. Na maioria dos casos a doença é autolimitada e benigna, exigindo apenas terapia de suporte.

Palavras-chave

Hematologia; Pediatria

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Extremo Sul Catarinense - Santa Catarina - Brasil

Autores

Laura Carminati Cimolin, Gabriela Effting Crema, Isadora Zaniboni, Michele Ouriques Honorato, Jéssica Horvat Pedro, Paula Jacqueline Mattia