Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA, PARÁ, DURANTE PERÍODO DE IMPLANTAÇÃO DA USINA HIDROELÉTRICA BELO MONTE

Fundamentação/Introdução

Hanseníase é doença infectocontagiosa crônica causada por Mycobacterium leprae, transmitida através do contato íntimo com pacientes multibacilares. Uma vez que a infraestrutura urbana de Altamira não atendeu de modo adequado ao crescimento populacional provocado na cidade em consequência da implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, é de extrema relevância analisar impactos sociodemográficos em relação à Hanseníase durante este período.

Objetivos

Descrever perfil epidemiológico dos casos novos de hanseníase no município de Altamira, estado do Pará, no período de 2013 a 2017.

Delineamento e Métodos

Estudo epidemiológico descritivo com delineamento transversal, cujos dados, referidos entre 2013 e 2017, foram obtidos na Secretaria Municipal de Saúde.

Resultados

Entre 2013 e 2017, 363 casos de Hanseníase foram diagnosticados, totalizando 78,8% dos casos notificados. O ano de 2014 apresentou o maior número de novos casos no período analisado. Houve maior número de diagnósticos na faixa etária entre 20 e 34 anos. Em crianças até 5 anos, houve um aumento notório em relação a 2013. Quanto aos grupos étnicos, a doença afetou principalmente pardos. Outrossim, destaca-se que a doença acometeu homens com maior frequência, apesar de crescimento moderado do número de novos casos em mulheres em relação a 2013. A forma clínica Dimorfa representa maior notificação no período analisado. Houve aumento significativo na forma Virchoviana em relação a 2013. A avaliação de incapacidade física na notificação retratou principalmente grau 0 e grau 1. É importante ressaltar que a avaliação durante a cura foi ignorada na maioria dos casos. Detectou-se também prevalência relevante da classificação operacional multibacilar. Índices de cura apresentam-se moderadamente favoráveis. Óbitos, abandono do tratamento, recidiva e erro no diagnóstico revelam parcelas diminutas. Apenas 74,9% dos contatos registrados foram examinados. Esse índice sofreu redução razoável em relação a 2013.

Conclusões/Considerações finais

Apesar do pico expressivo de novos casos de Hanseníase em 2014, o município lidou na tentativa de conter a transmissão da doença diante da expansão populacional provocada pela implementação do projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e das condições urbano sanitárias inapropriadas no município. Por conseguinte, a exigência de políticas públicas apropriadas alude à necessidade de busca ativa de novos casos e de orientação sobre relevância da autonomia do cuidado e da continuidade do tratamento.

Palavras-chave

Perfil epidemiológico; hanseníase; Belo Monte.

Área

Clínica Médica