15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANEMIA REFRATÁRIA AO TRATAMENTO, COM NÍVEIS ELEVADOS DE FERRITINA, EM PACIENTE COM CÂNCER DE ENDOMÉTRIO

Introdução/Fundamentos

As causas da deficiência de ferro na anemia ferropriva são basicamente a baixa ingesta, absorção deficiente e perdas sanguíneas, incluindo sangramento uterino excessivo. Já a anemia de Doença Crônica (ADC) é definida como a anemia que ocorre em distúrbios infecciosos crônicos, inflamatórios ou doenças neoplásicas e corresponde à anemia normocrômica / normocítica, leve a moderada com hipoferremia na presença de estoques adequados ou elevados de ferro. Os três principais mecanismos patológicos envolvidos na ADC são: diminuição da sobrevida da hemácia, falha da medula óssea em aumentar a produção de glóbulos vermelhos para compensar o aumento da sua demanda, e distúrbio da mobilização do ferro de depósito do sistema mononuclear fagocitário.

Objetivos

Descrever caso de anemia de doença crônica com fator confusional de sangramento, levando ao tratamento de anemia ferropriva, que se mostrou refratário.

Caso

Mulher, 79 anos acompanhada em unidade básica de saúde, refere queixa de sangramento vaginal associado à síndrome consumptiva. Em exames laboratoriais apresentou anemia (hemoglobina (Hb) 8,1; hematócrito (Ht) 26; volume corpuscular médio (VCM) 71; hemoglobina corpuscular média (HCM) 19; ferritina 148) e aumento de marcador tumoral Ca 19-9. Tratada com sacarato de hidróxido férrico endovenoso e, em retorno, apresenta anemia refratária ao tratamento com aumento da ferritina (Hb 8,2; Ht 25; VCM 70; HCM 20; ferritina 590). Realizada curetagem uterina que evidenciou carcinoma endometrial seroso papilar invasor com áreas de necrose e, em retorno, apresentou queda dos níveis de hemoglobina com progressivo aumento da ferritina (Hb 6,3; Ht 21; VCM 70; HCM 18; ferritina 703). Realizada hemotransfusão e novo tratamento com sacarato de hidróxido férrico endovenoso, porém com evolução apresentando piora laboratorial da anemia com aumento expressivo da ferritina (Hb 5,8; Ht 19,7; VCM 62; HCM 16; ferritina > 1500), associada à confusão mental. Internada para nova hemotransfusão, evoluindo a óbito.

Conclusões/Considerações finais

Estima-se que em 20% a 30% dos pacientes a transfusão pode ser necessária, especialmente nos pacientes com neoplasia, compreendendo situações cuja intensidade da anemia compromete a qualidade de vida e coloca em risco a sobrevida do paciente. O tratamento específico da ADC consiste no tratamento da doença de base. No caso em questão, não houve tempo habil de tratar a causa base.

Palavras-chave

anemia, ferritina, neoplasias de endométrio

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVALI - Santa Catarina - Brasil

Autores

Nadine Scariot, José Gustavo Zanis Dias de Oliveira, Laura Garcia de Andrade Oliveira, Isabella de Oliveira, João Vitor Paim Firmino