15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PSITACOSE EM HOMEM DE 59 ANOS: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: A Psitacose é uma doença rara causada pela Chlamydia psittaci, uma bactéria Gram negativa intracelular, transmitida pela inalação do microorganismo presente nas secreções de aves infectadas. O primeiro relato de infecção humana deve-se a Ritter em 1879, com mais detalhes a partir de 1893, na publicação de Morange e a correlação de transmissão por papagaios. No Brasil, são escassas as publicações, resultando em poucos estudos e relatos a respeito.

Objetivos

OBJETIVOS: Descrever e atentar a comunidade de saúde para o diagnóstico de Psitacose, devido a similaridade de sinais e sintomas com outras doenças tropicais.

Caso

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 59 anos, previamente hígido, morador de zona rural da região do Vale do Taquari e Rio Pardo. Negava contato direto com aves. Buscou atendimento médico com sintomas há 10 dias de mialgia, tosse seca, evoluindo para febre e colúria. Exame físico demonstrava ausculta pulmonar com múrmurio pouco rude, tosse seca esporádica. Aumento discreto do volume hepático. Baço não palpável. Na admissão, hemodinamicamente estável (120/78mmHg). Laboratórios com leucocitose discreta (12.100/µl), sem desvio, Proteína C reativa elevada (17mg/L), provas hepáticas pouco elevadas (AST 52U/L, ALT 61U/L, FA 115U/L, GGT 75U/L, BT 2,2, BI 1,6), CK-NAC dentro da normalidade. Radiografia de tórax evidenciava discreto espessamento brônquico, sem infiltrados. Ecografia abdominal com aumento discreto de volume hepático e esplenomegalia inicial. Iniciado antibioticoterapia empírica e solicitado antígeno urinário para Legionella spp, provas virais e sorologia para leptospirose IGG e IGM, todos negativos. Avaliação infectológica solicitou anticorpos IGG e IGM para Chlamydia psittaci e nova coleta comparativa em uma semana. Os resultados demonstraram aumento nos valores absolutos de IGG, e IGM levemente positiva, compatível com infecção. Desde primeira coleta, troca de antibioticoterapia para Doxiciclina 100mg via oral, de 12/12h. Paciente apresentou melhora progressiva, recebendo alta hospitalar com plano de completar 10 dias de tratamento, com acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÕES: A Psitacose merece destaque entre as zoonoses, devido a clínica inespecífica e de fácil fator confundidor com outras doenças comuns em nosso meio. O diagnóstico baseia-se nas manifestações clínicas, no contexto epidemiológico e no estudo sorológico. Assim, para suspeição precoce, os profissionais da saúde devem-se sempre ter a Psitacose como possível diagnóstico.

Palavras-chave

Psitacose; Zoonose; Chlamydia psittaci

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Daiane Mattje Rodrigues, Gabrielle Azambuja, Francine Machado, Michelle Virginia Eidt