15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

EPIDEMIOLOGIA DOS CASOS PROVÁVEIS DE DENGUE NO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM 2017

Fundamentação/Introdução

A dengue é uma infecção viral febril aguda transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Comumente a doença evolui de forma clássica — febre, mal-estar, letargia e dores no corpo. Contudo, influenciada por fatores individuais, virais e infecção anterior — pode evoluir com sinais de alerta — vômitos, dores persistentes e sangramentos — e óbito. Nos últimos anos, fomentados pela falta de saneamento básico, coleta de lixo inadequada e acúmulo de água parada, infere-se aumento no número e na gravidade desses casos.

Objetivos

Avaliar a epidemiologia dos Casos Prováveis de Dengue (CPD) ocorridos no Brasil em 2017.

Delineamento e Métodos

Estudo descritivo, documental e transversal. Dados sobre os CPD por região, idade, sexo, raça, evolução, hospitalização, escolaridade, possível gestação e classificação no ano de 2017 foram retiradas do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde.

Resultados

Ocorreram 239.395 CPD no Brasil em 2017 — 115,3 casos/100.000 habitantes. O Nordeste abarcou 34,9% dos casos (83.594), e o Centro-Oeste totalizou uma média de 497,4 casos/100.000 habitantes. 54,5% (130.371) dos pacientes era do sexo feminino. O maior acometimento ocorreu entre 20 e 39 anos (95.773). Dos 32,9% (78.770) dos casos em que a escolaridade foi contabilizada, 61,1% (48.096) correspondeu a pessoas com menos de 12 anos de estudo. Pardos corresponderam a 70,9% (115.030) dos casos em que a etnia foi registrada (162.223). 238.937 sucedidos foram classificados em dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave — 67,8% (161.957), 1,2% (2.803) e 325, respectivamente. 49,9% (119.537) dos eventos não requeriu hospitalização; 4,7% (11.335) culminou em internação; e 45,3% (108.523) não discriminou o dado. O desfecho foi desconsiderado em 35,3% (84.408) das ocorrências. Dos demais (154.987), 343 evoluíram com óbito. 1,2% (2.894) dos quadros foi gestacional, com respectivamente 776, 969 e 815 casos ocorrendo no primeiro, segundo e terceiro trimestre. A idade gestacional foi ignorada 334 vezes.

Conclusões/Considerações finais

O perfil de acometidos foi de mulheres pardas jovens com baixa escolaridade. Observa-se uma incompletude dos dados analisados, além de uma dissociação entre o perfil majoritariamente benigno de gravidade dos casos e o elevado número de hospitalizações, que pode ser apenas parcialmente explicado pelo possível internamento de pessoas socialmente vulneráveis ou inaptas a tratamento ambulatorial. Ressalta-se a importância de um adequado preenchimento de tais dados epidemiológicos para realização de futuros estudos.

Palavras-chave

Arbovirose, Pesquisa sobre Serviços de Saúde, Dengue

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

RENATHA VERISSIMO GUEDES SOARES, Gabriela Januário de Oliveira, Diego Medeiros Delgado, Gabrielly de Oliveira Viana, Rômulo Kunrath Pinto Silva, Vítor Medeiros Delgado