15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RARA ASSOCIAÇÃO ENTRE ANGIOPATIA AMILOIDE CEREBRAL E INFLAMAÇÃO: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A angiopatia amiloide cerebral (AAC) é responsável por parte dos acidentes vasculares encefálicos (AVE) não traumáticos, hemorragias cerebrais primárias e hemorragias cerebrais dos pacientes normotensos e idosos. Resulta do depósito de beta-amiloide nas camadas média e adventícia de artérias de pequeno e grande porte, levando a um processo degenerativo dessas estruturas. A apresentação mais comum da doença é a hemorragia lobar espontânea em idosos, além de manifestações neurológicas transitórias como parestesias, paresias e outros sintomas corticais. A associação mais frequente à AAC é o quadro de demência preexistente, além disso, mais raramente, pode estar associada a processo inflamatório perivascular linfocítico, afetando tipicamente indivíduos entre 60 a 80 anos e manifestando-se por declínio cognitivo subagudo, déficits neurológicos focais e distúrbios neuropsiquiátricos. O tratamento é feito com pulsoterapia de predinisolona.

Objetivos

Relatar associação rara entre quadro de AAC e inflamação, afecções do sistema nervoso central (SNC) que requerem tratamento específico. Além disso, ressaltar a importância da realização do exame ressonância magnética (RM), que neste caso faz-se necessário para chegar ao melhor diagnóstico etiológico e, portanto, melhorar o prognóstico do paciente.

Caso

Paciente masculino, 76 anos, no pós-operatório de nefrectomia por tumor renal apresentou quadro de delirium com evolução para demência a partir da persistência do quadro, seguido de alterações comportamentais significativas e em perseveração. Tentativa de tratamento com administração de fenobarbital sem resultados satisfatórios. Após três meses, apresentou quadro de hemiparesia esquerda, sugestivo de AVE. À tomografia computadorizada, lesões sugestivas de hemorragia intracraniana e edema cerebral. À RM, lesões sugestivas de AAC associada a processo inflamatório. Seguiu-se o manejo com pulsoterapia de metilpredinisolona, havendo melhora significativa dos sintomas.

Conclusões/Considerações finais

O relato exposto tem como objetivo ressaltar a importância do diagnóstico diferencial das hemorragias intracranianas, bem como o papel fundamental da RM nos casos com suspeita de AAC. A informação à comunidade médica da possível associação de AAC à inflamação faz-se importante ao passo que possibilita o correto diagnóstico e consequentemente o tratamento mais adequado.

Palavras-chave

angiopatia amiloide cerebral, demência, hemorragia cerebral.

Área

Clínica Médica

Autores

Gustavo Andregtoni, Henrique Orefice Farah, Victor Cubas Schulz, Marcelo Zalli, Bárbara Borba Sedrez