15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MIASTENIA GRAVIS E AS ARMADILHAS DIAGNÓSTICAS NO CONTEXTO DE EMERGÊNCIAS

Introdução/Fundamentos

Miastenia gravis é uma doença autoimune da porção pós-sináptica da junção neuromuscular, consistindo em fraqueza flutuante que melhora com o repouso e piora com o exercício.

Objetivos

Destacar a importância de reconhecer os diagnósticos diferenciais na neurologia clínica em casos de Miastenia Gravis.

Caso

N.L.B, 51 anos, masculino, procurou a emergência no dia 23/02/2019, após amanhecer com ptose palpebral no olho esquerdo. Após avaliação teve como hipótese diagnóstica a paralisia de Bell, sendo prescrito aciclovir 400mg e prednisona 20mg, por 15 dias. Encaminhado à fisioterapia por 02 meses. Melhorou, porém relata que ao colocar gelo em casa, percebeu piora na ptose palpebral do olho esquerdo. Orientado pelo fisioterapeuta, após os 02 meses, a fazer acupuntura associado a fisioterapia, obtendo piora do quadro com diplopia no período da manhã e dislalia. Foi atendido por nossa equipe de neurologia já com dificuldade na deglutição, fadiga aos esforços e perda de peso. No dia 13/06/2019, trouxe exames solicitados em consulta anterior de anti-AChR(+) e aza 150, além de realizar eletroneuromiografia na região facial à esquerda e teste do gelo para avaliar a hipótese de miastenia gravis, sendo então diagnosticado com a doença. Logo, planejou-se, 90 dias de tratamento, com prednisona 20 mg, azatioprina 50 mg, mestinon 60mg e vit D. Aos 28 dias de tratamento, o quadro agravou-se (dispneia, dislalia e fadiga muscular generalizada ao final dos dias), necessitando internação. No hospital foi prescrito 5 doses de imunoglobulina humana IV, permanecendo com o mestinon 60mg, azatioprina 50mg, prednisona 60mg e uso de espessante para deglutição. Após 06 dias de internação, teve dificuldade ao deglutir os fármacos, sialorreia intensa, pico hipertensivo e sudorese. Foi, então, solicitado colocação da sonda nasoentérica para administrar as medicações. Prescreveu-se, via sonda, azatioprina, mestinon, prednisona, incluindo antibioticoterapia com sulbactam + ampicilina, além de fármacos ansiolíticos. No dia 21/07/2019, iniciou com melhora da ptose palpebral, melhora na fala/dicção e melhora do quadro.

Conclusões/Considerações finais

Dado isso, é de suma importância atentar aos detalhes e evolução da miastenia, tendo em vista a similaridade dos sintomas iniciais com outras patologias, para que consigamos chegar ao diagnóstico precisamente e sermos eficazes no tratamento.

Palavras-chave

ptose palpebral, disfagia, miastenia grave autoimune adquirida, diplopia

Área

Clínica Médica

Instituições

ULBRA-RS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

PAULO HENRIQUE SILVA, MATHEUS VOLPI DE ARAÚJO, TATIANE FORLIN MENEGON, JONAS HANTT CORREA LIMA, PABLO BREA WINCKLER