15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM MINIMAMENTE INVASIVA DE ABSCESSO HEPÁTICO TARDIO, SECUNDÁRIO A INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O abcesso hepático é determinado como uma coleção purulenta no parênquima hepático, proveniente de um processo infeccioso. Dentre as infecções que podem estar presentes incluem-se as abdominais, como perfuração intestinal, apendicite, doença inflamatória intestinal e diverticulite.

Objetivos

Relatar um caso de abcesso hepático diagnosticado em um hospital terciário no município de Cascavel-PR que teve como tratamento a drenagem percutânea.

Caso

Paciente feminina, 33 anos, foi admitida dia 09/08/18 devido a corpo estranho em antro, referindo dor epigástrica há 15 dias, em pontadas, de forte intensidade, constante, com melhora parcial utilizando analgésicos. Além disso, relatou que há 2 dias havia apresentado febre de 39,8ºC. Realizou endoscopia digestiva alta (EDA) que revelou corpo estranho em estômago, sem localização deferida. Cerca de 8 meses após a paciente retorna com persistência da dor epigástrica, com irradiação para dorso, e mostra tomografia computadorizada (TC) de abdome total com sinais de corpo estranho filiforme hiperatenuante, medindo cerca de 5 cm, atravessando a parede posterior do antro gástrico e atingindo o corpo do pâncreas adjacente. TC de pelve com injeção intravenosa de iodado não iônico foi realizada e apresentou fígado com dimensões normais e contornos regulares, com lesão hipoatenuante de aspecto cístico multiloculado no lobo esquerdo, de limites mal definidos e realce periférico pelo meio de contraste, medindo cerca de 10 cm, concluindo ser um abscesso hepático. A conduta foi drenagem percutânea: paciente foi posicionada em decúbito dorsal esquerdo sob sedação, feito a antissepsia e assepsia foi colocado os campos estéreis; a punção foi guiada por ultrassonografia em região de hipocôndrio direito sob anestesia no local e no local do abscesso; o fio guia e dilatador foram introduzidos junto ao cateter de Schiller; foi aspirado 70ml de secreção purulenta, instilado 10 ml de soro fisiológico, aspirado 10 ml de secreção seropurulenta e então fez-se a fixação do cateter, em seguida a bolsa de colostomia foi colocada no local, foi coletada cultura e enviada para análise e, por fim, fez-se o curativo.

Conclusões/Considerações finais

A drenagem percutânea é uma abordagem minimamente invasiva e apresenta taxa de 80% de resposta quando se trata de coleções infectadas e fluido ou ar. O diagnóstico de abscesso hepático por perfuração do trato gastrintestinal por corpo estranho é de difícil constatação pela diversidade de sintomas apresentados.

Palavras-chave

Abscesso hepático, drenagem percutânea.

Área

Clínica Médica

Autores

Rubens Furlan NETO, Lucas Zeni SALOMÃO