15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELAÇÃO ENTRE POLIFARMÁCIA E COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM PACIENTES COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE

Fundamentação/Introdução

A polifarmácia é reconhecida como um fator risco para fragilidade em idosos. Recentemente, tem sido relacionada à alterações da cognição, qualidade do sono e desenvolvimento de demência, particularmente em idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL).

Objetivos

O presente estudo tem como objetivo avaliar se existe relação entre a polifarmácia, variáveis cognitivas como memória, velocidade de processamento, controle inibitório, fluência verbal e funcionalidade em pacientes idosos com CCL.

Delineamento e Métodos

Os participantes deste estudo são oriundos de uma amostra coorte longitudinal de pacientes do Ambulatório de CCL e DA do Complexo Jenny Faria de Andrade do Hospital das Clínicas da UFMG. Foram incluídos 93 indivíduos idosos com faixa etária entre 60 e 96 anos, com escolaridade entre 0 e 26 anos. Cada participante foi submetido a uma análise médica pessoal, que incluiu anamnese, exame físico e neurológico, além de testes neurocognitivos. Os dados foram obtidos entre o período de 2011 a 2019. Para análise estatística foi utilizada a versão 25 do software SPSS. O teste U de Mann-Whitney foi utilizado para comparar dois grupos: pacientes com polifarmácia (uso de 5 medicamentos ou mais) e sem polifarmácia (até 3 medicamentos) em relação à funcionalidade, memória, controle inibitório, velocidade de processamento e cognição geral. O estudo obteve consentimento de todos os participantes através de TCLE e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFMG.

Resultados

Os resultados evidenciaram significativa associação entre a polifarmácia e o comprometimento da velocidade de processamento (U=1034,000, p=0,011) e cognição geral (U=343,500, p=0,013). Não foram observadas associações relevantes entre as demais variáveis testadas: funcionalidade (U=548,500, p=0,838), memória (U=788,000, p=0,400) e controle inibitório (U=751,500, p=0,256) cognição geral (U=343,500, p=0,013) e fluência verbal (U=819,500, p= 0,417).

Conclusões/Considerações finais

Foi observada associação entre polifarmácia e comprometimento da cognição geral e velocidade de processamento. Assim, este trabalho permite afirmar que a polifarmácia impacta negativamente na saúde geral da população idosa, podendo comprometer sua cognição, funcionalidade e qualidade de vida.

Palavras-chave

polifarmácia, cognição

Área

Clínica Médica

Autores

Tayná Das Graças Silva Souza, Mônica Vieira Costa, Renata Aguiar Menezes Silva, Raphael Figueiredo Dias , Ricardo Lage Guerra Lott Pires, Maria Aparecida Camargos Bicalho