Dados do Trabalho

Título

ALTERAÇÕES METABÓLICAS DO USO DAS GLIFLOZINAS ASSOCIADAS A INIBIDORES DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA ALDOSTERONA

Fundamentação/Introdução

As gliflozinas são fármacos inibidores da proteína SGLT2 (iSGLT2) envolvidos na reabsorção da glicose no túbulo contorcido proximal. Ao bloquear esse mecanismo, diminuem os níveis de glicose sanguínea, sendo úteis no tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2 (DMT2). Por se tratar de um tratamento de recente inserção no mercado farmacêutico, os estudos sobre seus riscos e benefícios tornam-se relevantes, principalmente relacionado ao uso concomitante a outras drogas direcionadas a comorbidades associadas ao DMT2.

Objetivos

O objetivo desta revisão é elucidar os riscos metabólicos causadas pelo uso concomitante dos iSRAA com os iSGLT2.

Delineamento e Métodos

Foi realizada uma revisão integrativa, através de pesquisa eletrônica utilizando as bases de dados PUBMED E BVS. Os critérios de inclusão foram artigos originais com populações adultas, meta-análises, revisões sistemáticas e revisões de especialistas, publicados entre janeiro de 2009 e julho de 2019, nas línguas inglesa e portuguesa, que avaliassem aspectos epidemiológicos, diagnósticos e terapêuticos dos riscos metabólicos em usuários de gliflozinas em concomitância com iSRAA. Os de exclusão foram estudos que não especificavam o uso concomitante dos medicamentos.

Resultados

A partir dos trabalhos avaliados não foram identificadas alterações maléficas no metabolismo dos pacientes de forma significativa. Os resultados clínicos demonstram que os iSGLT2 representam uma estratégia eficaz no controle dos níveis de glicose em diabéticos. Os fatores positivos foram o auxílio na perda de peso, na melhora da pressão arterial, no restauro da sensibilidade à insulina e da função das células β, prevenindo complicações vasculares. Apesar de serem bem tolerados nos ensaios clínicos realizados, apresentam alguns efeitos adversos, determinando se a razão risco/benefício será positiva para o paciente. Os efeitos adversos das gliflozinas incluem o aumento de ITUs e uma predisposição à neoplasias de bexiga. A segurança do uso em mulheres em idade fértil, durante a gravidez, lactação e em crianças é desconhecida, assim como o seu impacto sobre o metabolismo ósseo.

Conclusões/Considerações finais

Pela análise dos dados apresentados, não houve alterações metabólicas nocivas aos pacientes. Além disso, a associação de iSGLT2 e iSRAA em pacientes com DMT2 é vantajosa. Esse benefício foi evidenciado através do comedimento significativo da pressão arterial sistêmica (em relação ao uso de iSRAA isolado) e melhora dos marcadores de lesão renal.

Palavras-chave

glifozinas, inibidores do sistema renina angiotensina aldosterona, diabetes mellitus tipo 2.