15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

IMPLANTE PERCUTÂNEO DE VÁLVULA AÓRTICA EM HOMOENXERTO COM INSUFICIÊNCIA AÓRTICA GRAVE: REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Homoenxertos da raiz da aorta são uma opção raramente usada na substituição valvar aórtica, reservado a reparos complexos. A durabilidade da válvula de homoenxerto não é clara; com o tempo, tendem à degenerar-se. Repetir a cirurgia de substituição valvar em homoenxerto com prévia falha é considerado desafiador. O uso do TAVI (substituição valvar aórtica transcateter) estendeu-se além do tratamento da estenose de válvula aórtica, sendo também realizado em biopróteses. Esse procedimento objetiva evitar a abordagem cirúrgica aberta, uma vez associado à menor taxa de sangramento e tempo de internação.

Objetivos

Relatar um caso de paciente submetido a implante percutâneo de válvula aórtica em homoenxerto com insuficiência aórtica grave ressaltando sua crescente viabilidade e sucesso terapêutico.

Caso

C.B.F, 80 anos, ex-tabagista, portador de hipertensão, dislipidemia e doença arterial coronariana. Submetido em 2001 à implante de homoenxerto aórtico para tratamento de estenose valvar grave e revascularização miocárdica. Desde então, em seguimento ambulatorial anual com boa evolução clínica. Em janeiro de 2019, passou a apresentar dispneia aos esforços habituais. Ao exame cardiovascular: ritmo regular, sopro sistólico +++/6 (crescendo-decrescendo) e sopro diastólico +++/6 aórticos sopro sistólico ++/6 mitral e hipofonese de B1. Ao ecocardiograma: progressão de um refluxo aórtico leve-à-moderado para grave, dilatação do diâmetro do ventrículo esquerdo, e insuficiência mitral funcional moderada. Diante da piora clinica e evidencia de disfunção grave do homoenxerto, optou-se por troca valvar aórtica. Como o paciente era idoso e possuía revascularização cirúrgica prévia, julgou-se apropriada a indicação de TAVI. Atingindo os critérios de elegibilidade, procedeu-se ao TAVI em abril de 2019, com sucesso. Após 24 horas, o paciente recebeu alta, sem intercorrências. No seguimento de 2 meses, encontra-se assintomático.

Conclusões/Considerações finais

O uso do TAVI para o manejo de homoenxertos aórticos degenerados têm se mostrado uma alternativa viável, com boas taxas de sucesso e relacionada a melhora da qualidade de vida dos pacientes. O aumento da experiência dos profissionais pode tornar a TAVI o procedimento padrão de substituição valvar, nesta situação.

Palavras-chave

TAVI, homoenxerto, percutâneo, insuficiência aórtica grave.

Área

Clínica Médica

Instituições

Instituto de neurologia e cardiologia de Curitiba - Paraná - Brasil

Autores

Jean Borges Curimbaba, José Antônio silva, Wilton Francisco Gomes, Nicolli Mota Mossini, Paula Fernanda Greghi, Francisco Diniz Affonso Costa