15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Ligadura Elástica Primária em Paciente Pediátrica Com Varizes de Esôfago

Introdução/Fundamentos

A profilaxia primária para varizes esofágicas em crianças ainda é um assunto controverso, já que existem poucos grandes estudos randomizados na área, fato que gera uma falta de consenso entre especialistas.

Objetivos

Relatar o uso da ligadura elástica como tratamento inicial para varizes esofágicas em paciente pediátrica

Caso

Feminino, 11 anos, diagnosticada com cirrose hepática por hepatite auto-imune há cerca de 1 ano. Em sua primeira endoscopia digestiva alta (EDA) foram observados 3 cordões varicosos esofágicos de pequeno calibre e sem outras alterações. Após um ano uma nova EDA mostrou evolução para 4 cordões varicosos de médio/grosso calibre, sem cherry-spots e com sinais de gastropatia hipertensiva discreta - classificação de Child-Pugh tipo B- e sem histórico de sangramento digestivo alto ou baixo.
A equipe de gastroenterologia do Hospital Angelina Caron solicitou realização de ligadura elástica primária para as varizes esofágicas. O procedimento foi realizado utilizando um kit ligadura multibanda, disparando 5 elásticos com sucesso sem nenhuma intercorrência e a paciente recebeu alta no dia seguinte. Após 2 meses foi realizada uma nova EDA, evidenciando as cicatrizes das ligaduras elásticas anteriores, a presença de 2 cordões varicosos esofágicos de fino calibre e a ausência de cherry-points e de sinais de gastropatia hipertensiva. Atualmente a paciente aguarda na lista de transplante hepático.

Conclusões/Considerações finais

Na prática ligadura elástica endoscópica (LEE) vem se mostrando uma excelente opção hemostática, tanto na profilaxia primária quanto na secundária, sendo considerada por alguns, superior aos métodos de escleroterapia e farmacológicos.
Na literatura mundial, as indicações de profilaxia primária na população pediátrica ainda são controversas, há poucos estudos randomizados comparando diferentes métodos e, atualmente, não existe nenhum protocolo a ser seguido. Entretanto, diversos trabalhos publicados mostraram a segurança e eficácia da LEE para varizes de esôfago em crianças, com taxa de erradicação entre 81 a 90% após duas sessões; sendo que a média de bandas elásticas fixadas giram em torno de 2 a 3 por procedimento. O seguimento endoscópico deve ser mantido por 12 a 16 meses e uma nova LEE pode ser realizada, se necessária, após 3 meses. Assim como em outros relatos, este corrobora para o sucesso da ligadura elástica primária como tratamento inicial para varizes esofágicas em pacientes pediátricos e enfatiza a necessidade da formulação de um protocolo adequado e atualizado.

Palavras-chave

Varizes, esofágicas, pediátrica, ligadura, hepatite, auto-imune, escleroterapia, Child-Pugh, cherry-points, gastropatia, cirrose, endoscopia, gastroenterologia

Área

Clínica Médica

Autores

Cássia Hideko Nakaya, Célio Hasegawa, Anna Carolina Brehm, Anna Carolina Zanetti, Horrana Cavalcante Souza