15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Epilepsia de lobo temporal como manifestação de tumor cerebral: relato de caso.

Introdução/Fundamentos

Os gangliogliomas são tumores cerebrais, geralmente benignos, raros, de crescimento lento, e que incidem mais em adultos jovens e crianças, acometendo o lobo temporal em 85% dos casos, onde frequentemente causa lesões epileptogênicas. Apesar de sua raridade, são os tumores mais frequentemente associados à epilepsia focal crônica em pacientes jovens. Sua formação inclui componentes neuronais e gliais, destacando-se o crescimento excessivo de Astrócitos.

Objetivos

relatar a progressão de um caso de Ganglioglioma manifestado por crises focais de lobo temporal.

Caso

M.A.M, 24 anos, sexo feminino, branca, solteira, estudante, previamente hígida, refere ter iniciado em 2011 episódios frequentes de sensação de “deja vù” associada a mal-estar epigástrico, náuseas, taquicardia e sudorese, de rápida duração e sem fatores precipitantes. Inicialmente, não procurou atendimento médico, porém os episódios evoluíram em intensidade e frequência, 3 ou mais episódios diariamente, associados opressão retroesternal, sensação de sufocamento e tremores em membro superior direito. Em 2016, procurou atendimento com neurologista, que diante do exame neurológico normal, solicitou ressonância magnética de encéfalo e eletroencefalograma. A RM evidenciou lesão cística à direita em região de lobo temporal, medindo 2,5 x 2,0 x 2,0 cm, e o EEG não apresentou alterações. Em consulta subsequente, com a continuidade das crises, levantou-se a hipótese de epilepsia, sendo iniciado teste terapêutico com lamotrigina 50 mg/dia e solicitado novos exames sem mudança de padrão. Em 2018, apresentou 1 episódio de crise focal com evolução para tônico-clônica. Realizou EEG que demonstrou paroxismos epileptiformes em região temporal anterior direita, e nova RM demonstrando lesão expansiva de aspecto infiltrativo e levemente edematoso, de aspecto neoplásico, acometendo porção ântero-mesial do lobo temporal medindo 2,5 x 2,0 x 2,0 cm, com epicentro na amígdala hipocampal com pequeno componente exofítico para as cisternas supra selar e interpeduncular, sugerindo Ganglioglioma. Optou-se por tratamento clínico permanecendo acompanhada por neurocirurgião, utilizando lamotrigina 300 mg/dia com bom controle das crises e realizando RM de controle.

Conclusões/Considerações finais

Dessa forma, nota-se a importância do conhecimento de doenças pouco frequentes e suas manifestações a fim de proporcionar um raciocínio capaz de detectar condições raras como um ganglioglioma e definir a conduta mais adequada.

Palavras-chave

Ganglioglioma
Tumor raro
benigno

Área

Clínica Médica

Instituições

ufal - Alagoas - Brasil

Autores

Martha Alves Mendonça, Rafael Alves Mendonça, Paula Estevam Pedrosa Toledo, Felipe Gomes de Barros Pontes