Dados do Trabalho

Título

TIREOIDITE PÓS FERTILIZAÇÃO IN VITRO: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A reprodução assistida é um processo cada vez mais comum entre mulheres inférteis. No Brasil, o número de ciclos de fertilização in vitro (FIV) aumentou 168,4% no período de 2011 a 2017³. Entretanto esse processo pode revelar alterações prejudiciais na função tireoidiana.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente que desenvolveu um quadro de tireoidite aguda com disfunção tireoidiana após procedimento de fertilização in vitro.

Caso

Relato de Caso: C.R.G, feminina, 41 anos, apresentou palpitações e febre(40ºC) após 10 dias da realização de fertilização in vitro (FIV) com o uso de HCG(Choriomon®), alfacorifolitropina( Elonva®) , menotropina (Menopur®), ganirrelix (Orgalutran®), progesterona (Utrogestan®) e estradiol (Estradot®), . Nessa ocasião, relatou aumento da região cervical anterior, negando queixas como dor ou hiperemia local. Devido aos sintomas apresentados foram solicitados exames de laboratório que apresentaram TSH de 0,01 uUI/ml(VR 0,35 - 4,94); T4 livre de 2,92 ng/dl(VR 0,7-1,48); T3 livre de 1,51pg/ml(VR 1,71-3,71); anti-TPO e TRAb negativos; VHS 1ºh 90 mm (VR 0-20) e 2ºh 110mm (VR0-20); leucócitos de 8.700 gb/mcl. O ultrassom (USG) evidenciou tireoide aumentada, com ecotextura heterogênea e diversas nodulosidades mal definidas. O exame prévio à fertilização, realizado no dia da mesma, apresentava um TSH de 1,60uUI/ml. Devido à suspeita de tireoidite com hipertireoidismo foi iniciado prednisona 60 mg com desmame progressivo e propranolol 40mg de 12/12h. Cerca de 2 meses após a realização da FIV, os exames apresentaram TSH de 0,1uUI/ml; T4 livre 0,93 ng/dl; T3 livre 0,68pg/ml; VHS 1ºh 8 e 2ºh 20. Após 3 meses da FIV o TSH estava em 7,16 uUI/ml; T4 livre 0,86 ng/dl; T3 livre 1,68 pg/ml. Foi repetido o USG de tireoide após 4 meses da fertilização sendo constatada ausência de nódulos ou quaisquer outras alterações na tireoide. Foi iniciada a reposição com levotiroxina devido aos sintomas importantes de hipotireoidismo e depois de 2 meses de uso normalizou a função tireoidiana. De acordo com os dados obtidos e considerando a interferência de fármacos usados na fertilização no transporte de hormônios tireoidianos, determina-se a hipótese diagnóstica do caso como tireoidite induzida por fármaco².

Conclusões/Considerações finais

Esse caso visa despertar a atenção para sinais, sintomas e exames que designem alterações na função tireoidiana, após realização de tratamentos de reprodução assistida, visto que esse procedimento é cada vez mais comuns entre casais inférteis.

Palavras-chave

Tireoidite; Reprodução assistida.

Área

Clínica Médica