15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA ESPINOCELULAR EM LÚPUS CUTÂNEO CRÔNICO: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O lúpus cutâneo crônico (LCC) é uma doença autoimune do tecido conjuntivo, com acometimento mais comum de áreas foto expostas. O estudo da sua possível associação com carcinoma espinocelular (CEC) tem se mostrado mais incidente em pacientes portadores de fototipos mais altos e com as formas crônicas da doença cutânea.

Objetivos

Relatar a incidência clínica de CEC em paciente portador de LCC e potenciais fatores de risco.

Caso

Paciente 51 anos, sexo masculino, negro, proveniente de Matinhos-PR, portador de lúpus cutâneo crônico verrucoso há 29 anos, com perda de segmento ambulatorial há 5 anos, relata aparecimento de lesão em tórax anterior de 2-3 meses de evolução com saída de secreção purulenta em grande quantidade e odor fétido. Na ocasião, em uso de hidroxidocloroquina 400mg, com tratamentos prévios de dorquinona, hidroxicloroquina e prednisona. Queixa-se de amortecimento de MMII esquerdo com associação de parestesias do 1,2 e 3º pododáctilos ipsilaterais ,potenciais componentes neuropáticos aos cuidados da reumatologia. Nega outras queixas. Tabagista e nega utilização de FFS. Ao exame dermatológico há presença de placas eritematosas e infiltrativas atróficas, com bordos infiltrados e hipercrômicos, localizadas em tórax, região cervical bilateral e posterior, além de face. Em porção superior direita do colo, uma placa exulcerada infiltrativa com saída de secreção purulenta foi evidenciada. Apresenta de múltiplas placas e nódulos eritematosos de aspecto verrucoso sobre antebraços e MMII bilateralmente foram constatadas. As lesões foram biopsiadas, sendo o resultado conclusivo para carcinoma espinocelular.O tratamento proposto foi a exérese das lesões, a manutenção de hidroxicloroquina 400 mg/dia, metotrexato 15mg/semana ,ar liposssomal 1% + clobetasol 0,05% em creme 20 dias/mês, debridamento físico + químico das lesões, orientação para uso de FFS e segmento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

A incidência do CEC em pacientes lúpicos se faz mais evidente quando fatores de risco atuam direta ou indiretamente no desenvolvimento de lesões com potenciais de malignização sobre as alterações cutâneas do lúpus , como sexo masculino, fototipo negro e fatores climáticos regionais relacionados a alta taxa de incidência de radiação solar.

Palavras-chave

Lupus cutâneo Cronico (LCC), CEC, doença autoimune

Área

Clínica Médica

Autores

Izabelly Paitax Budnik, Isabela Presse Donasan, Suélen Camila Fontana Bordignon, Roberto Gomes Tarlé