15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Entraves para diagnostico de Meningite Meningocócica com Isquemia de Membros, com diferencial para Síndrome Hemorrágica Febril secundária à Dengue Hemorrágica no Agreste Pernambucano: um relato de caso.

Introdução/Fundamentos

A Meningococcemia é uma infecção bacteriana aguda, em decorrência de uma infecção pelo agente Neisseria meningitidis, de caráter excessivamente letal. Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central, denominada meningite, e quando há sepse, leva o nome de meningococcemia. Existem 13 sorogrupos identificados de N. meningitidis, todavia os que mais estão relacionados com a doença são o A, o B, o C, o Y e o W135.

Objetivos

Apresentar à comunidade acadêmica, as dificuldades para diagnosticar uma Meningococcemia, com forte diagnóstico diferencial para Dengue Hemorrágica.

Caso

Paciente, sexo feminino, 16 anos, foi admitida em um Hospital pernambucano referindo febre, intensa mialgia, artralgia, cefaleia e manchas pelo corpo de início súbito há 03 dias. Ao exame físico, apresentava-se torporosa, hipotensa(PA de 70x40), FC de 110 bpm, FR 32 irpm, intensas placas equimóticas difusas pelo corpo. Evoluiu subitamente com dispneia e instabilidade hemodinâmica, sendo encaminhada para a UTI. Já na UTI, teve acentuado rebaixamento do nível da consciência, não responsiva aos estímulos dolorosos, sendo submetida à IOT para proteção das vias aéreas superiores. Ao exame laboratorial, apresentava Hb (13,1); Htc (36,1); Leucócitos (5.400); Plaquetas (57.000); Uréia (25,77); Creatina (1,28), Na (135); K(3,3); Cl(99). Gasometria: pH (7,38); CO2 (10,8); HCO3(6,2), pO2(165,7). Diante do quadro supracitado, a hipótese diagnóstica inicial foi Síndrome Hemorrágica Febril Aguda secundária à Dengue Hemorrágica, iniciando o suporte hemodinâmico e o tratamento para a doença. Contudo, no segundo dia de internamento na UTI, paciente evoluiu com 28.700 de leucócitos, plaquetopenia (35.000) e necrose dos quirodáctilos e pododáctilos, sendo solicitado o exame liquórico para pesquisa de meningococcemia, demonstrando: líquor com aspecto turvo, glicose diminuída, proteínas 63mg/dL e cultura positiva para N. meningitidis, fechando o diagnóstico para Meningococcemia, iniciando antibioticoterapia com Ceftriaxona e referenciando para o serviço de infectologia do Estado, onde foi submetida ao seguimento do tratamento e amputação dos membros necrosados.

Conclusões/Considerações finais

Apesar da dificuldade diagnóstica inicial da doença, em virtude da similaridade inicial com a Dengue Hemorrágica, esta endemia poderia ser facilmente combatida com políticas públicas profiláticas de saúde, visto que trata-se de assistência básica de saúde, que tanto carece no Brasil.

Palavras-chave

Dengue Hemorrágica; Meningococcemia; Infectologia; Clínica-Médica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário do Espirito Santo - Espírito Santo - Brasil, Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil, Universidade Federal de Campina Grande - Paraíba - Brasil

Autores

Victor Lucas Avelino Galindo, Ivson Vinícius Avelino Galindo, Nathália Kallyne Avelino Galindo, Caetano Veloso Teles Pacheco, Aloísio Lourenço de Carvalho Neto