15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Poliartrite como manifestação primária de meningococcemia: relato de caso

Introdução/Fundamentos

As manifestações clínicas da doença meningocócica podem ser bastante variadas, variando de febre transitória e bacteremia até doença fulminante, com morte em poucas horas após o início dos sintomas clínicos. Artrite meningocócica primária, sem sinais ou sintomas de meningite ou meningococemia é uma manifestação rara da doença em adultos.

Objetivos

Apresentar uma manifestação atípica inicial da meningococcemia.

Caso

Masculino, 52 anos, iniciou quadro de poliartrite progressiva há dois dias, associada a febre. Sem histórico recente de infecção. Sem sinais de sepse ou alterações neurológicas. Ao exame físico: edema, eritema e dor intensa em articulações interfalangeanas proximais das mãos, punhos, cotovelos e tornozelos bilateralmente. Ausência de erupções cutâneas ou petéquias. Evoluiu com choque séptico, sendo iniciado antibioticoterapia empiricamente (cefepime). Exames laboratoriais: leucocitose com neutrofilia, proteína C reativa elevada. Resultado da Hemocultura demonstrou o crescimento de neisseria meningitidis, sendo trocado para ceftriaxona com melhora progressiva do quadro clínico.
Discussão: A doença meningocócica ocorre quando a bactéria invade a barreira da mucosa atingindo a corrente sanguínea do hospedeiro. O envolvimento articular secundário é comum na meningite e doença meningocócica disseminada, atingindo até 4 a 50% dos indivíduos. A artrite meningocócica primária é uma manifestação rara da infecção. Até 2002, havia 34 casos relatados de artrite meningocócica primária. O envolvimento articular tem um padrão variável, sendo o acometimento poliarticular visto em um terço dos casos. A terapia empírica não deve ser retardada enquanto se aguarda o resultado da cultura. O tratamento específico consiste em antibioticoterapia de amplo espectro, como penicilina ou cefalosporina de terceira geração. A duração da antibioticoterapia varia conforme a gravidade da doença inicial e da resposta do paciente.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de sua raridade, a artrite meningocócica primária deve ser considerada como um diagnóstico diferencial de poliartrite de início agudo. Por ser uma doença potencialmente fatal, a necessidade do reconhecimento precoce de manifestações clínicas não habituais da doença meningocócica demonstra ser essencial para o impacto positivo no desfecho da doença.

Palavras-chave

Meningococcemia; Poliartrite; Neisseria meningitidis;

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santo Antônio - Santa Catarina - Brasil

Autores

Paula Dierschnabel Weis, Bruna Luiza Domning, Leonardo Rodrigues da Silva