Dados do Trabalho

Título

Relato de caso: hipertensão arterial secundária por Estenose da Artéria Renal unilateral em paciente jovem

Introdução/Fundamentos

A hipertensão secundária (HS) é rara, mas deve ser considerada em pacientes jovens, sendo a estenose da artéria renal (EAR) uma das causas de HS com cerca de 1 a 6% nos pacientes hipertensos.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente jovem com HS devido EAR unilateral

Caso

Paciente, feminino, 30 anos, procura atendimento médico em serviço público em Cacoal-RO devido história pregressa e atual de disúria e cólica nefrética intensa a esquerda (E) irradiando para fossa ilíaca ipsilateral, sem melhora ao uso de sintomáticos. Ao exame PA 150x90 mm/Hg, Giordano positivo à E e dor à palpação em fossa ilíaca ipsilateral. História de picos hipertensivos e admissões em pronto atendimento pela mesma queixa. Iniciou tratamento empírico após Urina I sugestiva + cultura em curso, além disso, solicitou-se exames de imagens para os retornos e seguimento clínico, que demonstraram: Ultrassom – Rim E 8,0 cm, discretamente hiperecogênico sem delimitação córtico-medular; Tomografia Computadorizada (TC) do aparelho urinário – Rim E com dimensões reduzidas, sinais de pielonefrite e nefrolitíase a E; Angio TC de aorta abdominal - Rim E displásico, volume reduzido, associado a afilamento da artéria renal (AR); Cintilografia Renal – Função relativa Rim E 6%, função tubular preservada à direita (D), sinais cintilográficos com dilatação pielocalicinal à D, exclusão funcional do rim E. Paciente em acompanhamento em ambulatório de Nefrologia sem queixas urinárias e bom controle pressórico com Losartana 50 mg 12/12H e Anlodipino 10 mg/dia.

Conclusões/Considerações finais

A etiologia da HS pode ser uma das doenças que incluem parênquima renal e seu sistema vascular e endócrino, dentre outras causas (exógenas, neuropatias, estresse agudo, gravidez, etc). A EAR é um estreitamento da AR, sendo uma das causas de HS em jovens, angiograficamente significativa quando há redução de mais de 50% no diâmetro do vaso, levando a uma nefropatia isquêmica com redução da filtração glomerular. A hipertensão renovascular é mediada por altos níveis de renina e angiotensina II, produzidos por um rim hipoperfundido por uma AR com estenose. A HS deve ser adequadamente diagnosticada e tratada para que haja possibilidades de cura, ou pelo menos mostrar uma melhora no controle da pressão arterial e redução do risco cardiovascular, assim como na paciente acima, que mantém bom curso clínico com agentes anti-hipertensivos para o controle pressórico da doença.

Palavras-chave

Estenose Artéria Renal; Hipertensão Secundária

Área

Clínica Médica