15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Colangite Esclerosante: Investigação Diagnóstica

Introdução/Fundamentos

A colangite esclerosante pode ser primária ou secundária à deficiências imunológicas frequentemente associadas à infecções oportunistas, histiocitose X e uso de drogas, entre outras causas pouco frequentes vale destacar a coledocolitíase, alterações congênitas, colangiocarcinoma e infestações parasitárias. A prevalência estimada da doença é de 6,3 casos para cada 100.000 na Suécia e de dois-sete casos para cada 100.000 habitantes. Acomete principalmente adultos do sexo masculino na proporção de 2:1.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente diagnosticada com colangite esclerosante evoluindo com quadro de coledocolítiase.

Caso

Paciente feminino, 52 anos, hipertensa, diabética, iniciou em março de 2019 quadro de dor abdominal em hipocôndrio direito e região epigástrica, associado a icterícia (2+/4+), prurido em membros superiores e inferiores, inapetência, apresentando piora dos sintomas e perda ponderal de 18kg nos dois meses seguintes. Deu entrada em Pronto-socorro com quadro de dor intensa em hipocôndrio direito e região epigástrica. Ao exame apresentava-se em bom estado geral, desidratada, hipocorada, com abdome flácido, globoso, apresentando dor a palpação superficial e profunda, sinal de Murphy presente. Exames laboratoriais de lesão hepática (TGO/TGP) apresentaram valores 87U/L e 70U/L respectivamente. A ultrassonografia de abdome total destaca-se dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas e vesícula biliar com conteúdo ecogênico. A colangioressonância evidenciou dilatação e estenose em vias biliares intra e extra-hepáticas. O exame histopatológico demonstrou tecido hepático com padrão reacional associado a achados sugestivos de colestase, consolidando-se o diagnóstico de Colangite Esclerosante. Solicitado exames imunológicos p-ANCA, CA 19-9, CA-125, alfafetoproteína cujos resultados foram negativos. A colonoscopia investigativa para retocolite ulcerativa não evidenciou lesões que comprovassem tal diagnóstico. A paciente permaneceu internada em aguardo de colangioressonância endoscópica retrógrada e ainda sem critérios para realização de transplante hepático.

Conclusões/Considerações finais

O quadro de colangite esclerosante apresenta variações quanto à apresentação clínica, no relatado caso houve quadro com manisfestações escassas quando comparado ao descritos na literatura. O principal método diagnóstico é a colangioressonância magnética, com acurácia de 80-87%. Cerca de 2% dos pacientes com colangite esclerosante evoluem para carcinoma hepatocelular e carcinoma de vias biliares.

Palavras-chave

Colangite Esclerosante; Seguimento; Vias Biliares;

Área

Clínica Médica

Autores

Délio Rubens Belem Rosa, Tássylla Caroline Ferreira Pereira, Patrick Nunes Brito, Guilherme Nunes Skripka, Jandui Diniz Araujo Filho, Patrícia Alves Mangueira