Dados do Trabalho
Título
OCORRÊNCIA DE ÓBITOS INFANTIS NO BRASIL, FAIXA ETÁRIA INFERIOR A UM ANO, ACOMETIDOS POR MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS E ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS NO PERÍODO DE 2007 A 2017 E A NECESSIDADE DE INVESTIGAÇÃO GENÉTICA
Fundamentação/Introdução
Sabe-se que a mortalidade infantil funciona como um importante indicador da qualidade e do acesso aos serviços de saúde. Assim, é de suma relevância que as causas desses óbitos infantis tenham diagnósticos precisos, a fim de munir de informações e nortear estratégias de saúde pública. Além disso, em casos de diagnósticos inconclusivos, frequentemente os progenitores apresentam quadros de depressão e ansiedade, devido principalmente a um sentimento de culpa. Ainda nesse panorama, um número expressivo desses óbitos, estão correlacionados a malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas, contudo, a minoria deles são submetidos a uma investigação genética, que possibilitaria, em alguns casos, determinar com mais exatidão a etiologia que ocasionou o óbito.
Objetivos
O presente estudo tem como objetivo chamar a atenção para a emergente necessidade brasileira de ampliação no oferecimento de diagnósticos genéticos aos óbitos infantis, menores de um ano.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um estudo ecológico, com uma análise quantitativa, através de frequências simples. Para tanto, foram utilizadas informações das causas de óbitos infantis, inferiores a um ano, de todos os municípios brasileiros no período de 2007 a 2017, disponibilizados pelo Ministério da Saúde através do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Resultados
Nas informações coletadas observa-se: uma diminuição em 20,16% na comparação da taxa total em óbitos infantis, com faixa etária inferior a um ano, de 2007 (45.370 casos) com 2017 (36.223 casos), evidenciando um decréscimo ano a ano: 2007 (45.370 casos), 2008 (44.100 casos), 2009 (42.642 casos), 2010 (39.870 casos), 2011 (39.716 casos), 2012 (39.123 casos), 2013 (38.966 casos), 2014 (38.432 casos) 2015 (37.501 casos), 2016 (36.350 casos) e 2017 (36.223 casos). Porém as mortes atribuíveis a malformações congênitas e anomalias cromossômicas vem aumentando, passando de 7.795 casos em 2007 para 8.216 casos em 2017. Ressaltando que, proporcionalmente esse grupo passou de 17,18% para 22,68%, sendo em todos os anos analisados a segunda causa mais frequente dos óbitos.
Conclusões/Considerações finais
Concluímos que há justificativas, mediante ao aumento da proporção de mortes atribuíveis às malformações congênitas e anomalias cromossômicas em menores de um ano, de um estudo cromossômico fetal nesse grupo. Dessa forma, seria possível um esclarecimento da etiologia, bem como uma ferramenta imprescindível no aconselhamento a futuras gestações.
Palavras-chave
Mortalidade infantil, malformações congênitas, genética clínica
Área
Clínica Médica
Autores
MATHEUS HENRIQUE MENEZES