15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

POLIMIOSITE COM PNEUMOPATIA INTERSTICIAL

Introdução/Fundamentos

A polimiosite (PM) é uma miopatia inflamatória, com prevalência estimada em 1:100.000 habitantes e é mais frequente no sexo feminino na relação de 2:1. Entre os auto anticorpos (Acs) miosite específicos, nota-se que os Acs anti-sintetase anti-Jo-1 estão fortemente associados à doença intersticial pulmonar. O envolvimento pulmonar está descrito em cerca de 10% dos casos de PM e dermatopolimiosite, sendo considerado um agravante do prognóstico.

Objetivos

Descrever o caso clínico de PM com envolvimento pulmonar.

Caso

Paciente masculino, 55 anos, lavrador. Internado por dispnéia progressiva aos esforços há 4 meses, associada a dor forte, em pontada e contínua, na região posterior do tórax, sem irradiação. Apresentava ainda, tosse, febre e artralgia. Há 1 mês, evoluiu com piora da dispneia e dor torácica à inspiração profunda, com leucocitose (19.650mm³), hipocalemia (2,2mmol/L) e plaquetose (4milhões/mm³). Referia mialgia difusa e intensa, fraqueza ao sentar e levantar, associada à dificuldade de sustentação do pescoço. Nega alterações cutâneas. Ex-tabagista (60 anos-maço), cessado há 6 anos. Internações prévias por quadro semelhante ao descrito acima. Sem comorbidades. História de infarto agudo do miocárdio sem supra de ST. Ao exame físico, edema em membros inferiores (1+/4+), extremidades com força grau 2 na escala Medical Research Council, ausculta respiratória sem alterações. Eletrocardiograma evidenciou ritmo sinusal intercalado com ritmo juncional e extrassístoles ventriculares monomórficas frequentes. Ecocardiograma com aumento leve de câmaras direitas sem disfunção sistólica do ventrículo direito, hipertensão pulmonar (PSAP 45mmhg) e fração de ejeção de 64%. Tomografia computadorizada de tórax com dilatação do tronco de artéria pulmonar, enfisema centroacinar e parasseptal e opacidades em vidro fosco em ambos pulmões, com focos de consolidações alveolares no lobos médios e inferiores, favorecendo o diagnóstico de processo inflamatório/infeccioso associado a fibrose. ANTI-RO: 104,9U/L; FAN 1:80 – padrão citoplasmático pontilhado fino; ANTI-JO1: 106,0U/L; VHS: 39mm; PCR: 41,7mg/dL; CPK 5247 U/L, aldolase 100,2U/L e DHL 367 U/L. Definido diagnóstico de PM, iniciado pulsoterapia com metilprednisolona, por 3 dias, seguido de prednisona 1mg/kg/dia com desmame gradual e azatioprina. Ainda em resposta parcial ao tratamento e acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

Por fim, a descrição do caso mostra a importância do diagnóstico clínico e laboratorial dessa patologia.

Palavras-chave

Polimiosite; Reumatologia; Doença pulmonar intersticial;

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE CACOAL - Rondônia - Brasil

Autores

WALTER CAMARGO DE AGUIAR JUNIOR, KETLIN BATISTA DE MORAIS MENDES, GUILHERME ELER DE ALMEIDA, BÁRBARA SILVESTRE VICENTIM, GABRIELA MOREIRA FERLE, VANESSA ALMEIDA SANTOS