15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Parâmetros antropométricos e bioquímicos da Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica em pacientes não obesos

Fundamentação/Introdução

A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), segunda principal indicação de transplante hepático e a terceira causa de carcinoma hepatocelular nos Estados Unidos, caracteriza-se pela deposição de lipídios no parênquima hepático na ausência de etiologias virais, alcoólicas ou metabólicas. A DHGNA nas populações não obesas não é incomum e sua patogênese, embora pouco compreendida, está relacionada à predisposição genética e à presença de síndrome metabólica.

Objetivos

Analisar os parâmetros antropométricos e bioquímicos em pacientes não obesos portadores de DHGNA.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo clínico transversal com coleta de dados em uma Clínica de Ultrassonografia (USG). A amostra contou com pacientes de ambos os sexos, diagnosticados com DHGNA por USG, na faixa etária de 18 a 70 anos de idade. Os pacientes foram classificados conforme a gravidade da DGHNA pela USG, discriminados como portadores ou não de obesidade por meio do índice de massa corpórea ≥ 30,0 kg/m², avaliados bioquimicamente e quanto à presença dos componentes da síndrome metabólica. Os dados foram analisados através no software R, versão 3.6.1 para Windows e o nível de significância utilizado foi p < 0,05.

Resultados

85 pacientes portadores de DHGNA foram analisados, 40 pacientes portadores de obesidade e 45 não obesos. A média de idade foi significantemente menor entre os obesos (43,6 ±9,2 anos) do que entre os não obesos (48,9±7,6) (p = 0,008). Houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos em relação à presença de síndrome metabólica (p=0,000) e aos valores de circunferência abdominal (p=0,000) e alanina aminotransferase (ALT) (p=0,004). No estudo da área sob curva ROC em relação à gravidade da DHGNA, nos pacientes obesos, aspartato aminotransferase (AST), ALT e triglicérides foram estatisticamente significativos, e nos não obesos, nenhuma das variáveis mostrou significância estatística.

Conclusões/Considerações finais

Embora haja diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos (obesos x não obesos) em relação à idade, presença de síndrome metabólica, e aos valores de circunferência abdominal e ALT, nenhuma variável mostrou significância estatística para gravidade da DHGNA em pacientes não obesos na curva ROC. Novos estudos nesta população de pacientes são necessários a fim de determinar o impacto dos fatores genéticos na patogênese da doença.

Palavras-chave

Esteatose Hepática, Síndrome Metabólica, Obesidade, Ultrassonografia

Área

Clínica Médica

Autores

Allan Victor Hora Mota, Jéssica Teles Santana, Yasmin Hora Góis Gonzaga, Carla Perez Machado, Sônia Oliveira Lima, Josilda Ferreira Cruz