15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

APENDICITE AGUDA EM HÉRNIA DE AMYAND ENCARCERADA

Introdução/Fundamentos

A hérnia de Amyand é definida como a protrusão total ou parcial do apêndice cecal no saco herniário inguinal. É uma condição rara, sendo responsável por cerca de 1% de todas hérnias inguinais e cerca de 0,1% de todas as apendicites agudas.

Objetivos

Apresentar um relato de caso de um paciente com apendicite aguda em hérnia de Amyand à direita encarcerada.

Caso

Masculino, 79 anos. Paciente chegou ao hospital de pronto socorro com dor intensa em região inguinal direita, relatando ter hérnia inguinal à direita há dez anos, com realização prévia de cirurgia para correção há seis anos sem colocação de tela. Há dois meses notou retorno de hérnia com dor progressiva e inapetência há duas semanas, sendo que há três dias a dor piorou, e não conseguiu reduzir a hérnia desde então. Nega alergias. Ao exame físico, apresentava abdome globoso com presença de hérnia encarcerada em região inguinal à direita. A tomografia computadorizada mostrou hérnia inguinal à direita com protrusão do ceco e do apêndice cecal para seu interior, com importante adensamento dos tecidos adiposos dentro do saco herniário, lâminas de líquido livre e inclusões gasosas fora das alças intestinais e aumento do diâmetro da base do apêndice. Então, foi identificado apendicite aguda em hérnia de Amyand à direita. O paciente foi encaminhado para apendicectomia (apendicite fase III) e herniorrafia. No terceiro dia pós operatório, apresentou hiperemia e edema em ferida operatória, além de vômitos e inapetência, sendo feita uma reintervenção com laparotomia exploratória e identificado abscesso em fossa ilíaca direita (FID) durante a cirurgia. Foi feita lavagem exaustiva da cavidade e colocado dreno misto fixado com seda em FID. Após isso, retirou-se dreno em três dias, paciente evoluiu bem e teve alta após 10 dias.

Conclusões/Considerações finais

Devido a raridade da hérnia de Amyand, o seu manejo ainda não é consensual entre a classe médica. No caso apresentado, o cirurgião optou não usar a tela, o que facilitou a reintervenção cirúrgica devido infecção. Enquanto alguns cirurgiões optam por realizar apendicectomia e herniorrafia com colocação de tela, outros optam por não utilizar, com o resguardo de que há alto risco de infecção de ferida operatória. Com isso, conclui-se que o risco de infecção da ferida operatória parece independer da colocação de tela na herniorrafia.

Palavras-chave

hérnia de Amyand, apendicite aguda, hérnia encarcerada

Área

Clínica Médica

Autores

Amanda Cristina Cardoso Della Giustina, Natállia Boff de Oliveira, Bárbara Molon Andreazza, Marcos Mello Ness, Mariana de Souza Massetti, Rogério Fett Schneider