Dados do Trabalho
Título
Dissecção Espontâena de Carotídea Interna: Relato de Caso
Introdução/Fundamentos
Introdução: Dissecção carotídea espontânea é considerada evento raro, responsável por isquemia cerebral na população adulta jovem, com pico de incidência dos 35 a 50 anos. Sua apresentação típica é de cefaleia, podendo evoluir com sintomas neurológicos como hemiparesia, hemiplegia e, até mesmo, paralisia de nervos cranianos. As dissecções provocam lesões dinâmicas que, se tratadas adequadamente, tem alto potencial de recuperação.
Objetivos
Objetivos: Apresentar caso de dissecção carotídea e demonstrar que, através de diagnóstico e tratamento adequados, esse evento tem, na maioria dos casos, prognóstico favorável.
Caso
Relato de Caso: Paciente feminina, 34 anos, hígida, com histórico de 2 gestações, sem traumas ou cirurgias recentes, procurou atendimento com queixa de turvação visual à direita e cefaleia holocraniana , evoluindo com disartria, amnésia retrógrada, lentificação psicomotora e parestesia em dimidio direito de início há 20 horas. Ao exame, apresentava-se com lentificação psicomotora e disartria, força muscular grau 2 em dimídio direito e disdiadococinesia. Optado pela realização de laboratoriais e Ressonância Magnética (RNM) de crânio – laboratoriais resultaram sem anormalidades e RNM evidenciou áreas de infarto no hemisfério cerebral esquerdo com alteração em carótida interna esquerda. Pela evidência de doença cerebrovascular em paciente jovem, foi optado pela realização de Angiotomografia de Crânio – exame evidenciou falha de enchimento na porção cervical da carótida interna esquerda, com provável dissecção do vaso, sem sinais de sangramento. Encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva para vigilância neurológica e início de anticoagulação plena, o serviço de Neurologia optou por não realizar tratamento intervencionista. Após 2 dias do início dos sintomas foi realizada Arteriografia que demonstrou melhora do fluxo da carótida, com recanalização espontânea do vaso - a dissecção estendia-se desde a bifurcação carotídea até o intra-crânio. Não houve indicação para inserção de stent. Até a alta, paciente apresentou melhora progressiva dos déficits iniciais. Sem diagnóstico etiológico, o plano de alta foi de investigação das principais causas de dissecção carotídea espontânea, já que paciente não apresentava história de trauma ou enxaqueca.
Conclusões/Considerações finais
Conclusão: A dissecção de carótida, ainda que seja considerada rara, representa doença vascular que acomete indivíduos em idade produtiva e necessita, portanto, de atenção para diagnóstico e manejo terapêutico adequados.
Palavras-chave
Palavras-chave: Dissecção, dissecção espontânea, déficit neurológico em paciente jovem
Área
Clínica Médica
Autores
Bruna Sousa Cavalheiro, Roberta Dombroski Petisco Bernardo, Karina Midori Nazima