15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIPOGONADISMO MASCULINO NO DIABETES MELLITUS TIPO 2: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE

Fundamentação/Introdução

O hipogonadismo masculino atinge cerca de 30% dos pacientes com diabetes mellitus (DM) e além de levar à disfunção sexual, tem importante papel no aumento de morbimortalidade desses pacientes, levando a maior suscetibilidade a doenças cardiovasculares. A obesidade afeta mais de 90% dos pacientes com DM2, levando à diminuição da produção da sex hormone binding globulin (SHBG) e maior conversão da testosterona (T) em estradiol, diminuindo a T sérica. Dessa forma, não está claro se a redução de T no DM decorre da resistência insulínica ou da presença de obesidade.

Objetivos

Investigar se existe diferença na prevalência de hipogonadismo hipogonadotrófico (HH) e nos níveis de T sérica em homens com DM2 em comparação com indivíduos sem DM.

Delineamento e Métodos

Revisão sistemática e metanálise conduzidas até maio de 2019 conforme protocolo MOOSE, incluindo todos os estudos transversais encontrados nos repositórios MEDLINE e EMBASE que compararam os níveis de testosterona total (TT), livre (TL) e SHBG em indivíduos com e sem DM2. Pesquisou-se no MEDLINE os termos MeSH: (("Diabetes Mellitus, Tipo 2" [MeSH]) AND (("Testosterone" [MeSH]) OU " Sex Hormone-Binding Globulin" [MeSH])) AND "Male" [Mesh]; e no EMBASE, os termos EmTree: “testosterone” OR “sex hormone binding globulin” AND “non insulin dependent diabetes mellitus” AND “male”. Dois revisores independentes (GE e LS) revisaram todos os títulos e resumos, identificando os os elegíveis para análise. Empregaram-se os métodos de Mantel-Haenszel, variância inversa e modelo de efeito randômico, utilizando-se o software R, com o pacote meta.

Resultados

Foram incluídos 13 estudos transversais, com um total de 2400 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão, estratificados em grupo controle e com DM2. A qualidade dos estudos foi analisada através da Newcastle-Ottawa Scale, com variação de 6-9/10 com média de 7,53, e da ferramenta STROBE. Observou-se um risco relativo (RR) de HH de 2,45 (IC95% 1,77-3,41, i²=49%, p<0,01) em homens com DM2. Encontrou-se uma SMD (standardized mean difference) para a TT de -0,30 no grupo DM em relação ao controle (IC95%: -0,51; -0,09) com p<0,01 e i²=97%. A TL apresentou SMD de -0.8187 [IC95% -1.3756; -0.2619, p< 0,001]. A SHBG não demonstrou uma diferença estatística e clinicamente significativa entre os dois grupos.

Conclusões/Considerações finais

No DM 2, os níveis de TT e TL apresentam-se mais baixos em relação a grupo controle de mesma faixa etária, sendo também significativamente maior o risco de apresentar HH.

Palavras-chave

Diabetes mellitus tipo 2, Obesidade, Testosterona, Globulina Ligadora de hormônios sexuais, SHBG

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Milene Fernandes Juchem, Letícia Guimarães da Silveira, indianara Franciele Porgere, Gustavo Monteiro Escott, Sandra Pinho Silveiro