Dados do Trabalho
Título
TEMPESTADE ELÉTRICA EM PACIENTE COM MIOCARDIOPATIA ELETRICA PORTADOR DE CDI: RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
INTRODUÇÃO/FUNDAMENTOS: A tempestade elétrica é definida como período de instabilidade elétrica do coração caracterizado por taquiarritmia ventricular recorrente, potencialmente maligna, ocorrendo 3 ou mais vezes em um período de 24 horas, evidenciada pela ocorrência de 3 intervenções apropriadas do cardiodesfibrilador implantável (CDI). Há associação de tempestade elétrica com diversas etiologias, incluindo: descompensação de insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, distúrbios hidroeletrolíticos, hipertensão e dislipidemia. Alterações em doses medicamentosas e má adesão terapêutica são outras importantes causas. A abordagem terapêutica da tempestade elétrica pode ser realizada através de drogas antiarrítmicas, cardioversão elétrica ou desfibrilação, bem como por ablação por cateter.
Objetivos
OBJETIVOS: Relatar a ocorrência de tempestade elétrica em portador de cardiodesfibrilador implantável e identificar causas secundárias.
Caso
CASO: D.L.N., 65, masculino, hipertenso, diabético tipo 2, dislipidêmico, com insuficiência cardíaca com fração reduzida secundária à miocardiopatia isquêmica. Havia suspendido suas medicações de uso contínuo, sem orientação médica, por queixa de disfunção sexual. Deu entrada no Pronto Atendimento com queixa de 4 choques dados pelo CDI durante atividade física habitual. Na admissão apresentava taquicardia ventricular sustentada em ECG com FC entre 150 e 160bpm. Ainda no PA, iniciado ataque com 300mg de Amiodarona, seguida de impregnação em bomba infusora, com reversão momentânea da arritmia, seguido de episódios posteriores de TV não sustentada, predominando atividade ventricular e mantendo estabilidade hemodinâmica. A telemetria mostrou choques apropriados pelo CDI, alguns percebidos pelo paciente, outros não. Apesar do tratamento instituído, evoluiu após 3h para nova TV sustentada, com supressão total da arritmia após com ataque e infusão continua de Lidocaína IV. Internado na Unidade Coronariana, realizado cineangiocoronariografia nas primeiras 24h, sem evidência de novas lesões. Após desmame de Lidocaína foi iniciado Amiodarona 300mg/dia e Metoprolol 200mg/dia VO, com manutenção do ritmo de marcapasso e alta após ajuste das medicações.
Conclusões/Considerações finais
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portadores de cardiopatias estruturais com tempestade elétrica devem ser investigados para causas secundárias, como descompensação de insuficiência cardíaca e insuficiência coronariana. A má adesão terapêutica é uma importante etiologia e deve ser sempre indagada.
Palavras-chave
cardiomiopatia; CDI; tempestade elétrica; adesão terapêutica
Área
Clínica Médica
Instituições
Faculdades Pequeno Príncipe - Paraná - Brasil, Instituto de Neurologia de Curitiba - Paraná - Brasil
Autores
Evelyn Carolina Suquebski Dib, Leonardo Martello Lobo, Lucas Palma Nunes, Wilton Francisco Gomes, Nicolli da Mota Mossini