15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Uso de Sacubitril/Valsartana em Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção Reduzida refratária ao tratamento clínico padrão

Introdução/Fundamentos

A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma doença grave com prevalência crescente nos últimos anos. Recentemente, o sacubitral/valsartana tem sido avaliado como possível substituto aos inibidores da enzima conversora de angiotensina no tratamento da IC de Fração de Ejeção Reduzida (ICFER), com evidência de importante redução de morbimortalidade dos pacientes.

Objetivos

Relatar um caso de melhora clínica importante com o uso de sacubitril/valsartana no tratamento de ICFER refratária à terapia medicamentosa padrão em doses otimizadas.

Caso

Paciente masculino, 46 anos, hipertenso e diabético, iniciou acompanhamento em janeiro/2018 na clínica de IC de um hospital terciário por ICFER de etiologia hipertensiva. À época, fazia uso de furosemida 40 mg/dia, hidroclorotiazida 25mg/dia, espironolactona 25 mg/dia, bisoprolol 10 mg/dia, captopril 75 mg/dia e digoxina 0,25 mg/dia para controle da IC. Ecocardiograma Transtorácico (ECOTT) de fevereiro/2018 evidenciava dilatação importante de todas as câmaras cardíacas, Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) de 21%, com hipocinesia difusa do miocárdio e disfunção diastólica de Ventrículo Esquerdo (VE) grau III. Paciente apresentava-se com turgência jugular patológica, ascite e edema importante de membros inferiores. Relatava ortopneia, dispneia paroxística noturna e dispneia aos pequenos esforços – enquadrado como classe funcional III da New York Heart Association (NYHA). Apesar de doses crescentes de diuréticos (chegou a usar 50 mg/dia de hidroclorotiazida e 160 mg/dia de furosemida), manteve quadro semelhante nos meses subsequentes, alternando entre NYHA II e III. Além disso, ocorreram internações frequentes por descompensações da IC. Optou-se, então, pela substituição do captopril por sacubitril/valsartana em abril/2018, na dose de 24/26 mg, com aumento progressivo até 97/103 mg em maio/2018, não sendo observada a ocorrência de efeitos adversos. Ao longo do ano, obteve melhora clínica importante – referiu, inclusive, estar apto à prática de atividades esportivas - sendo reclassificado como NYHA I em julho/2018. Os ECOTT’s subsequentes mostraram redução de câmaras cardíacas e melhora da função sistólica de VE, com FEVE de 30% no exame de setembro/2018.

Conclusões/Considerações finais

O sacubitril/valsartana mostrou-se eficaz no controle de ICFER refratária ao tratamento clínico padrão em doses otimizadas, com importante redução de morbidade e de internações hospitalares, além de promover remodelamento reverso cardíaco.

Palavras-chave

Insuficiência Cardíaca, Sacubitril/Valsartana

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Casa De Misericórdia De Vitória - Espírito Santo - Brasil

Autores

Filipe Bissoli, Luana Costa de Aguiar, Bruma Baptista, Arthur Ferraz Jong Mun Lee, Ernesto Montes Corrêa Gonçalves de Brito, Luiz Fernando Machado Barbosa