15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA APICAL: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A cardiomiopatia hipertrófica apical (CMHAp), conhecida também por Síndrome de Yamaguchi (SY), é uma variante da miocardiopatia hipertrófica (CMH). Na CMHAp há hipertrofia do miocárdio, predominantemente envolvendo o ápice do ventrículo esquerdo (VE). A prevalência é de 0,02% a 0,5% na população. Características típicas incluem: quarta bulha audível e palpável, ondas T negativas no eletrocardiograma (ECG), particularmente nas derivações precordiais esquerdas; configuração ‘’spade-like’’ da cavidade do VE no final da diástole e anormalidades de movimento da parede apical.

Objetivos

Relatar um caso de CMHAp, doença de subestimação diagnóstica no Brasil.

Caso

Paciente masculino, 60 anos, procurou a emergência relatando dor há dois meses em hemitórax esquerdo, em aperto, com duração de uma hora, sem irradiação, associada à parestesia de membro superior esquerdo, desencadeada aos moderados esforços e aliviada com o uso de propatilnitrato. Paciente hipertenso, dislipidêmico, etilista social e ex-tabagista, com história de cineangiocoronariografia pregressa com implante de stents. Exame físico sem alterações significantes. O eletrocardiograma revelou ritmo sinusal, com inversão profunda da onda T em parede ântero-lateral sugerindo padrão “strain”. O ecocardiograma revelou uma fração de ejeção de 69%, hipertrofia apical ventricular esquerda, parâmetros de função sistólica do VE normais em repouso e estimativa de pressão atrial esquerda elevada, com regurgitação aórtica de grau leve e possível hipertensão pulmonar. O paciente foi submetido a cineangiocoronariografia pela artéria radial direita, o qual revelou artérias não obstruídas sem reestenose de stent em artéria descendente anterior proximal, e VE de volume normal, com função contrátil preservada, hipertrofia apical e morfologia ventricular em diástole “spade-like” com valva mitral competente e fração de ejeção de 63%, chegando ao diagnóstico definitivo de CMHAp. A conduta foi iniciar succinato de metoprolol 50 mg duas vezes ao dia e alterar a dose de sinvastatina para 40 mg/dia, além de orientações quanto ao sinais de alarme e retorno ambulatorial em 90 dias.

Conclusões/Considerações finais

A patologia de CMHAp é rara. O exame físico normal é comum na SY. As características apresentadas no ECG e na cineangiocoronariografia foram essenciais na investigação diagnóstica.

Palavras-chave

Cardiomiopatia Hipertrófica Apical; Síndrome de Yamaguchi; Miocardiopatia Hipertrófica; Cardiopatias; Relato de Caso; Cardiologia.

Área

Clínica Médica

Autores

Julia Quadri Bortoli, Larissa De Rossi, João Henrique Valença, Marcelo Fialho Roman