15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

IRA secundária à BKV em paciente com SIDA

Fundamentação/Introdução

Poliomavírus (BKV) é um vírus comum, anticorpos específicos são encontrados em 90% dos indivíduos, sendo a primoinfecção geralmente respiratória, assintomática e adquirida na infância, com posterior permanência do vírus latente no sistema urogenital, cérebro e linfócitos B. Em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), em que ocorra comprometimento imune, o BKV prolifera podendo gerar manifestações típicas: lesão renal aguda ou cistite hemorrágica.

Objetivos

Relatar um caso de insuficiência renal aguda secundária ao poliomavírus em paciente com AIDS.

Delineamento e Métodos

Relato de caso, através de revisão de prontuário e revisão de literatura. Termo de consentimento aceito pelo paciente.

Resultados

Maculino 40 anos, diagnosticado com HIV há 5 meses devido um quadro de neurotoxoplasmose. Atualmente em tratamento para tuberculose pulmonar e neurotoxoplasmose. Procurou atendimento devido quadro de náuseas, dor abdominal difusa e diminuição do volume urinário com progressão de 72h. Sem outros sintomas urinários e gastrointestinais referidos. Apresentava na chegada Creatinina de 6,96 e Ureia de 120. Em uso de: raltegravir, tenofovir e lamivudina; rifampicina e isoniazida; sulfadiazina e pirimetamina. Apresentava última carga viral de 980 cópias e CD4+ 220, coletados há 4 meses (logo após o diagnóstico). Suspeitado de insuficiência renal aguda (IRA) secundária à nefrite intersticial medicamentosa, optado, então, por suspender as terapêuticas medicamentosas. Após 7 dias sem medicamentos, paciente ainda apresentava sinais de IRA (sem necessidade de terapia substituiva renal), sendo realizado biópsia renal que evidenciou nefrite intersticial. Manteve-se em um total de 14 dias sem TARV e tratamento para tuberculose e neurotoxoplasmose, porém mantendo quadro de IRA - não necessitando hemodiálise. Solicitado então PCR para BKV; após resultado positivo, retornou TARV com drogas menos nefrotóxicas e demais tratamentos específicos: rifapcina e isoniazida; piremetamina e sulfadiazina.

Conclusões/Considerações finais

Lesão renal aguda devido BKV é um diagnóstico diferencial importante nos pacientes imunossupressos. Seu tratamento ainda carece de melhores estudos, mas atualmente indica-se diminuir a imunossupressão - que no caso dos pacientes HIV positivos é o uso de TARV. São necessários mais estudos a fim de esclarecer a repercussão clínica do BKV em pacientes com HIV, uma vez que, dentro do tema, o maior enfoque é destinado aos pacientes imunossuprimidos após transplante renal.

Palavras-chave

poliomavírus; BKV; IRA; insuficiência renal aguda; HIV; AIDS

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil

Autores

Guilherme Kriger, Fernanda Geremias dos Santos, Ingrid de Azevedo Gomes, Luana Carina Czapla, Leticia Dall'Agnol, Fernanda Koehler