15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANOMALIA CONGÊNITA CARACTERIZADA POR PERSISTÊNCIA DA VEIA CAVA SUPERIOR ESQUERDA E VEIA CAVA SUPERIOR DIREITA ATRÉSICA

Introdução/Fundamentos

A persistência da veia cava superior esquerda (VCSEP), apesar de rara, é considerada a malformação congênita venosa do toráx mais comum. Em cerca de 10% dos casos de VCSEP a drenagem se faz diretamente para o átrio esquerdo, o que permite shunt da câmera direita para a esquerda gerando cianose. É mais frequente o encontro concomitante da veia cava superior direita normal, e raramente como no caso descrito, sua degeneração, sendo a drenagem direita do coração realizada por meio da veia braquiocefálica para a cava superior esquerda.

Objetivos

Relatar um caso de anomalia congênita da veia cava superior caracterizada por persistência da veia cava superior esquerda e veia cava superior direita atrésica

Caso

Paciente, 69 anos, sexo masculino, encaminhado do serviço de cardiologia, procurou o serviço eletivamente para implante de marcapasso (MP) definitivo endocárdico. Diagnosticado previamente com fibrilação atrial (FA) de baixa resposta ventricular. No exame físico da admissão apresentava-se assintomático, ausculta pulmonar com ritmo irregular e normocardico. História de hipertensão arterial sistêmica há 8 anos, acidente vascular encefálico isquêmico com transformação hemorrágica há 5 anos e ex-tabagista 35 maços/ano. Realizado tentativa de implante de MP no segundo dia de internação, puncionado veia subclávia direita, com radiografia evidenciando fio guia à esquerda. Puncionado veia subclávia esquerda, com radiografia evidenciando fio guia em mesma localização. Suspeitou-se de agenesia da veia cava superior, solicitado angiotomografia para elucidação do caso. Angiotomografia venosa de tórax evidenciou veia cava superior esquerda persistente drenando no seio coronário dilatado e desembocando no átrio direito e veia cava superior direita atrésica. Confirmando a suspeita de anomalia congênita de drenagem da veia cava superior, caracterizada por persistência da veia cava superior esquerda, e impossibilitando a colocação do implante de MP por via transvenosa. Indicado implante de MP epimiocárdico. Realizado procedimento após 9 dias de internação, sem intercorrências. Seguiu aos cuidados da enfermaria de cardiologia, com alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial posteriormente..

Conclusões/Considerações finais

O conhecimento da VCSEP é de fundamental importância para a implantação com sucesso de dispositivos invasivos, visto que pode minimizar riscos ao paciente, e prevenir complicações como arritmias, choque cardiogênico, trombose de seio coronário e tamponamento cardíaco durante os procedimentos.

Palavras-chave

Cardiologia ; Anormalidades Congênitas; Marca-Passo Artificial

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriela Effting Crema, Laura Carminati Cimolin , Jessica Horvat, Isadora Zaniboni, Michele Ouriques Honorato, Rebeca Schander Ferrelli