15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Manifestação de doença autoimune em pacientes pós-operatórios de cirurgia bariátrica: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A obesidade é uma doença crônica, multifatorial e de incidência crescente na população, com amplas abordagens e tratamentos. Quando esses não se mostram eficazes, a cirurgia bariátrica entra como principal alternativa. São candidatos à cirurgia os pacientes classificados com obesidade grau III (IMC > 40 kg/m2) ou grau II com comorbidades associadas. A cirurgia bariátrica é um método invasivo, cirúrgico, e que engloba uma série de técnicas. A cirurgia de Capella é um método que consiste na redução do volume da cavidade gástrica, por gastroplastia associada à derivação gastrojejunal em Y de Roux, colocação de anel de contenção na saída do compartimento formado e conexão com uma alça intestinal. Apesar de bastante realizada, pode apresentar complicações associadas, como expostas neste relato de caso: o desenvolvimento de doença celíaca e agravamento de vitiligo prévio, ambos pós cirurgia bariátrica.

Objetivos

Discutir, através de um relato de caso, a evolução da cirurgia bariátrica associada ao desenvolvimento de doenças autoimunes.

Caso

Paciente feminina, 43 anos, residente de Chopinzinho (PR). Portadora de vitiligo universal desde os 11 anos, quadro estável em tratamento. Submetida à cirurgia bariátrica pelo método de Capella em 2011 (Peso = 112kg, IMC 40 kg/m2), com suplementação vitamínica pós-operatória. Emagrecimento de 60kg, evolução do quadro com piora do vitiligo em 2 anos de pós-operatório, com repigmentação corporal e comprometimento sistêmico. Em 2013, apresentou anemia ferropriva grave. Em 2014, apresentou queixas de artralgia em mão esquerda, com calor local e rigidez articular. Progressão sistêmica da artralgia ao longo dos anos. Em investigação foi diagnosticada com quadro de doença Celíaca em 2015. Associado a isso, apresenta quadro de insuficiência exócrinas pancreática e hipovitaminose, devido à interrupção do tratamento. Um ano depois, em decorrência da piora do caso, foi requisitada reversão da gastroplastia, negada pelo cirurgião. 7 anos de pós-cirúrgico, queixa-se de náuseas e vômitos biliosos com fezes esteatosas. . Desenvolveu intolerância à lactose e transtorno de bipolaridade, associado a ganho de peso de 12 kg.

Conclusões/Considerações finais

Conforme revisão da literatura, não existem relatos de caso ou pesquisas relacionadas à manifestação de DC pós bariátrica. Sendo assim, a cirurgia submete o paciente a uma série de riscos, sendo o desenvolvimento de doenças auto-imunes e agravamento de vitiligo uma manifestação incomum e improvável do procedimento.

Palavras-chave

Cirurgia Bariátrica; Doenças Autoimunes; Vitiligo

Área

Clínica Médica

Instituições

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Cecília Rubini Rocha, Giovanna Birckholz Da Silva, Caroline Ehlke Gonzaga