15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Uso de Laser CO2 para tratamento de angiofibroma facial em pacientes com esclerose tuberosa: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

A esclerose tuberosa é uma doença multissistêmica rara com padrão de herança dominante caracterizada pela mutação nos genes que codificam proteínas responsáveis pela regulação da proliferação celular. Tal condição está presente em 1 a cada 5.800 nascidos vivos, sendo que em 90% dos acometidos apresentam desordens neurológicas e intelectuais. Em 85% dos portadores, há a manifestação de angiofibromas na face aos 5 anos. As lesões são classificadas em quatro tipos, constituindo-se de pápulas ou nódulos eritematosos que aumentam de tamanho progressivamente, levando a obstrução nasal, oral e a hemorragias. Pode-se utilizar inicialmente rapamicina tópica, porém, para casos mais graves, recomenda-se o uso de laser CO2 fracionado. Outros métodos, como eletrocirurgia e dermoabrasão causam destruição não seletiva do tecido, mostrando-se menos eficientes.

Objetivos

Trazer uma revisão bibliográfica e relatar um caso raro de angiofibroma do tipo 4 tratado com laser CO2 fracionado.

Caso

Paciente masculino, 19 anos, portador de esclerose tuberosa, epilepsia refratária da doença com severo retardo mental e angiofibromas múltiplos em face com maior grau de evolução nas regiões do nariz, da bochecha e do mento. Devido ao estado avançado das lesões, utilizamos um laser CO2 fracionado 10.600 nm para reduzir a massa tumoral sob anestesia geral. Durante o procedimento, utilizou-se o laser CO2 a 40 mJ para realizar ablação e excisão dos angiofibromas na tentativa de restabelecer o formato nasal normal e de tratar os sangramentos diários. No pós-operatório, foi-lhe receitado cefalexina, dipirona e água termal. Observou-se redução da lesão vascular com boa evolução e resultado satisfatório quanto aos episódios hemorrágicos a partir da segunda semana pós-operatória.

Conclusões/Considerações finais

O uso de laser CO2 para conter e tratar as lesões eritematosas é mais eficiente que os outros métodos, tendo em vista seu mecanismo mais seletivo para a redução no número, diâmetro e elevação dos tumores, assim como melhora na visão e respiração.

Palavras-chave

Laser CO2, esclerose tuberosa, angiofibroma, cirurgia plástica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Laura Batista de Oliveira, Gustavo Busch Justino, Carlo Mognon Matiello, Felipe Duarte Oliveira, Jorge Bins Ely