15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA: RELATO DE CASO COM TRATAMENTO ADJUNTO DE DANTROLENE E BROMOCRIPTINA

Introdução/Fundamentos

A síndrome neuroléptica maligna (SNM) deve ser de conhecimento médico geral, permitindo o diagnóstico precoce e manejo adequado.

Objetivos

Relatar caso de paciente com síndrome neuroléptica maligna pelo uso de antipsicótico típico: haloperidol. Visando descrever sua evolução clínica em curso do tratamento com dantrolene e bromocriptina.

Caso

Paciente PHS, sexo masculino, 20 anos, portador de depressão há 1 ano e 4 meses, sem acompanhamento médico regular, histórico de uso regular de maconha. Paciente passou a apresentar sintomas psicóticos 8 meses antes da admissão após interrupção do tratamento. Procurou unidade de pronto atendimento (UPA) 5 dias antes para tratamento de celulite em membro superior e, na unidade, teve quadro de agitação psicomotora e agressividade, onde foi medicado repetidas vezes com haloperidol e midazolan, ambos por via parenteral. Foi encaminhado para leito psiquiátrico de hospital geral onde foi constatado o quadro de SNM. Ao exame da admissão: agressivo, temperatura axilar: 38,6 °C, rigidez muscular generalizada (região cervical em flexão e punhos cerrados) e agitação psicomotora intensa. Exames da admissão: CPK: 28.906 U/L, ureia: 83 mg/dL; creatinina: 1,48 mg/dL, sódio: 165 mmol/L. Radiografia de tórax, tomografia de crânio sem alterações.
Foi contraindicado o uso de antipsicóticos, prescrito amantadina e lorazepam, iniciada correção da hipernatremia e medidas para insuficiência renal aguda (IRA) por rabdomiólise com alcalinização da urina e hidratação vigorosa. Na unidade de terapia intensiva (UTI), optou-se por iniciar tratamento adjunto de dantrolene (60mg de 6/6 horas) com bromocriptina (2,5mg de 12/12 horas).
Paciente apresentou boa evolução, afebril e com diminuição progressiva da rigidez muscular. Creatinina manteve-se em queda durante toda a internação (1,48 – 0,45 mg/dL) devido medidas preventivas precocemente adotadas. Quanto a CPK, houve aumento progressivo importante (28.906 – 52.446 U/L) até o quinto dia de internação, seguido de diminuição importante até a alta hospitalar (52446 – 145 U/L). Transaminases permaneceram dentro do limite de normalidade.
Acompanhamento foi mantido em conjunto com nefrologia e psiquiatria. Permaneceu internado por 32 dias, sendo 14 dias na UTI. Recebeu alta hospitalar sem sequelas.

Conclusões/Considerações finais

A SNM é uma condição grave e suas complicações podem ser fatais, tornando-a uma síndrome cujo diagnóstico e manejo não devem ser de conhecimento apenas do psiquiatra e neurologista, mas também do clínico geral e intensivista.

Palavras-chave

Síndrome neuroléptica maligna, haloperidol, dantrolene, bromocriptina.

Área

Clínica Médica

Autores

Juliana Leite Salviano, Lucas Borges Rodrigues da Cunha, Anna Rita Barcelos Martin, Luana Nascimento Rios, Larissa Fleury Teixeira, Fauze Sadalah Fakhouri