15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Glioblastoma Multiforme e prognóstico após terapêutica quimioterápica e cirúrgica

Introdução/Fundamentos

Introdução: O Glioblastoma Multiforme (GBM) é a neoplasia cerebral primária mais frequente em adultos. Com origem em células da glia e desenvolvimento espontâneo, causa deterioração de funções cerebrais e mostra baixo sucesso terapêutico.

Objetivos

Objetivos: Relatar caso clínico de neoplasia neurológica maligna mais comum dentre os tumores do sistema nervoso central, a qual demonstra prognóstico reservado devido a alta agressividade.

Caso

Descrição do Caso: G.J.O., 74 anos, masculino. Procura em setembro de 2018 Serviço de Emergência após quadro de cefaleia intensa, holocraniana e pulsátil, associada a náuseas, vômitos, desvio de comissura labial à direita e perda de memória há cerca de quatro meses. Solicitada Tomografia Computadorizada (TC) de crânio que evidenciou volumosa lesão expansiva temporal direita, edema e desvio da linha média, além de aumento de corno temporal do ventrículo lateral esquerdo. Realizada ressecção cirúrgica e confirmado, através de biópsia, diagnóstico de GBM. Quatro meses após os procedimentos quimioterápicos, paciente retorna com quadro de síncope, cefaleia, alterações comportamentais e cognitivas. Nova TC de crânio indica recidiva da lesão com aumento de volume e atenuação heterogênea em hemisfério cerebral direito com efeito de massa sobre estruturas adjacentes, sinais de herniação subfalcina e transtentorial descendente direita. Submetido a novo procedimento cirúrgico, evoluiu com esforço respiratório e broncoespasmo severo associado a edema agudo pulmonar. Transcorreu com hipotensão e fibrilação atrial de alta resposta ventricular e reversão do quadro após cardioversão elétrica. Ocorreu, ainda, rebaixamento do sensório e necessidade de intubação orotraqueal, seguida de parada cardiorrespiratória. Indicou-se, após estabilidade clínica, seguimento de terapêutica quimioterápica.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: A idade avançada é o fator prognóstico mais relevante para pacientes com GBM e embora realizado um tratamento complexo com a retirada do tumor e concomitante quimioterapia, pode haver recidiva do tumor e demais complicações. Uma defesa imunológica prejudicada devido ao processo de envelhecimento e aumento da mortalidade por causas não relacionadas ao tumor têm sido sugeridas como fatores adicionais que levam a uma sobrevida mais curta. A maioria dos estudos relata uma sobrevida média de 4-8 meses em pacientes idosos, sendo agravada por um mau estado funcional. A partir disso, lança dúvidas sobre qualquer decisão de realizar uma terapia agressiva.

Palavras-chave

Neoplasia, glioblastoma, mortalidade

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Flávia Baseggio, Fabíola Kleemann Mora, Caroline Longhi, Virgínnia Tereza Zago Chies, Patrícia Logemann