15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MARCADORES DO ESTRESSE OXIDATIVO E ANTIOXIDANTES ENZIMÁTICOS NO CÂNCER DE COLO UTERINO: uma revisão de literatura

Fundamentação/Introdução

O câncer de colo uterino (CCU) tem sua patogênese relacionada à infecção de um dos tipos carcinogênicos do Papilomavírus Humano (HPV). O desbalanço entre o estresse oxidativo e a diminuição de antioxidantes enzimáticos, por sua vez, é responsável por afetar processos metabólicos envolvidos na progressão do CCU, englobando efeitos deletérios causados pelas espécies reativas de oxigênio (EROs) e nitrogênio (ERNs).

Objetivos

Realizar uma revisão de literatura sobre o envolvimento de marcadores do estresse oxidativo e de antioxidantes enzimáticos na fisiopatologia do CCU.

Delineamento e Métodos

Foram realizadas buscas nas bases de dados SCIELO e PUBMED, entre os anos de 1999 e 2019, empregando-se tais descritores: cervical cancer, oxidative stress e antioxidants. Foram utilizados 32 artigos científicos nesta revisão.

Resultados

Estudos em pacientes indicam que o processo inflamatório crônico desencadeado pelas lesões cervicais por HPV, do tipo intraepiteliais escamosas de alto grau, provocam a elevação sérica da produção de EROs e ERNs e, por conseguinte, a oxidação de proteínas, lipídios de membrana e DNA. A peroxidação lipídica foi associada ao aumento gradual nos níveis de malondialdeido em pacientes com essas lesões, conforme a progressão do carcinoma. Além disso, maiores níveis de 8-hidroxi-deoxiguanosina podem estar ligados à oxidação de DNA em carcinomas invasivos. A elevação destes parâmetros tem sido associada à diminuição dos mecanismos de defesas antioxidantes enzimáticos nos indivíduos com CCU, como as da família superóxido dismutase (SOD) - principalmente a SOD2-, bem como de catalase, glutationa peroxidase, de acordo com a progressão da doença, sendo seu uso sugerido como marcadores prognósticos. Elevação nos níveis de Glutationa-S-transferase e tiorredoxina redutase (TrxR2) foi observada no HPV 16, sendo o TrxR2, encontrado também em vários tipos de tumores, responsável pelo aumento da capacidade de invasão celular, uma vez que age na adaptação ao estresse oxidativo e aos efeitos tóxicos das EROs.

Conclusões/Considerações finais

A redução da atividade de enzimas antioxidantes associada ao aumento de espécies reativas e dano celular dão suporte à hipótese do envolvimento do estresse oxidativo na patogênese do CCU. Contudo, são necessários ainda mais estudos para que se consiga identificar mais claramente os mecanismos moleculares envolvidos na patogênese do câncer, além de possibilidades terapêuticas relacionadas ao balanço redox.

Palavras-chave

HPV. Câncer de colo uterino. Estresse oxidativo. Glutationa. Superóxido dismutase.

Área

Clínica Médica

Autores

Daciele Paola Preci, Anne Liss Weiler, Angélica Almeida, Millena Daher Medeiros Lima, Paulo Filipe Pereira, Andréia Machado Cardoso