15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MANEJO CLÍNICO DE TRAUMA RENAL DE ALTO GRAU: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O trauma renal está presente em 10% dos traumas abdominais. Traumas de grau I a IV normalmente são bem manejados clinicamente para os pacientes hemodinamicamente estáveis, entretanto, traumas grau V com avulsão de pedículo ou trombose de artéria renal normalmente evoluem para nefrectomia.

Objetivos

Relatar a escolha de manejo clínico no paciente vítima de trauma renal grau V que teve função renal mantida devido à sua variação anatômica que lhe conferiu suprimento sanguíneo renal a despeito da gravidade do trauma.

Caso

V.S.A, sexo masculino, 34 anos, operador de ponte rolante. Deu entrada no Hospital Regional do Sudoeste do Paraná, vítima de trauma por esmagamento por barra de concreto (4 toneladas) em andar superior do abdome e dorso. Na admissão estava lúcido e orientado no tempo e espaço, apresentou palidez cutânea, tempo de enchimento capilar >2 segundos, escore de Glasgow 15, saturação de O2 98% (escore do trauma 12), sem alterações de sinais vitais. Realizada angiotomografia renal que evidenciou sinais de atrofia dos terços superior e médio do rim direito, secundário a lesão da artéria renal direita, além de presença de artéria polar à direita com origem na artéria ilíaca comum direita. No exame físico referiu dor intensa à palpação superficial e profunda em flanco direito e apresentou leve diminuição dos murmúrios vesiculares à direita. Diurese clara em bolsa coletora. Optou-se por adotar conduta conservadora e o paciente foi encaminhado para unidade de terapia intensiva. Exames laboratoriais foram solicitados diariamente para monitoramento: Hemoglobina: dia 1 (admissão): 13,1 mg/dL; dia 2: 11,3 mg/dL; dia 3: 8,4 mg/dL; dia 4: 11,4 mg/dL.
Creatinofosfoquinase: dia 1: 1377 U/L; dia 2: 555 U/L; dia 3: 340 U/L; dia 4: 218 U/L
TGO: dia 1: 115 U/L; dia 2: 72 U/L; dia 3: 39 U/L; dia 4: 31 U/L
TGP: dia 1:164 U/L; dia 2: 134 U/L; dia 3: 24 U/L; dia 4: 83 U/L
Creatinina: dia 1:1,18 mg/dL; dia 2: não coletado; dia 3: 0,83 mg/dL; dia 4: 1,27 mg/dL.

Conclusões/Considerações finais

Esse relato de caso constatou a viabilidade do tratamento conservador adotado para um paciente vítima de trauma renal grau V que manteve um segmento renal funcionante em virtude da presença de variação anatômica de uma artéria polar com origem na artéria ilíaca comum direita em um rim tópico.

Palavras-chave

Trauma renal; variação anatômica; tratamento conservador.

Área

Clínica Médica

Autores

Carlos Victor Pereira dos Santos, Gregori Kirki Francescon Martins, Guilherme Zart Carelli, Eduardo de Souza Pessoa Júnior, Luis Fernando Dip, Maria Carolina Shiotuqui dos Santos