Dados do Trabalho

Título

Recorrência tardia de Síndrome de Sweet clássica: conhecimento atual sobre uma entidade pouco reconhecida

Introdução/Fundamentos

Síndrome de Sweet (SS) é uma das dermatoses neutrofílicas, um grupo de condições que têm em comum um infiltrado neutrofílico inflamatório em sua fisiopatologia. Dentre as suas três variantes clínicas – clássica, associada à malignidade e droga-induzida, a recorrência é mais frequentes entre as duas últimas; entretanto, um terço dos pacientes com a forma clássica podem recorrer.

Objetivos

Este relato propõe-se a discutir a recorrência tardia da SS, correlacionando às variantes clínicas e seu manejo.

Caso

Mulher, 47 anos de idade, referida à nosso serviço por lesões cutâneas dolorosas e febre diária, de início há 10 dias da admissão. Ao exame físico, observavam-se múltiplas placas eritematosas, com aspecto vesicular ou de bolha, com halo central, distribuídas em membros superiores, tórax e pés. Exames laboratoriais revelavam leucocitose (leucometria = 20.000/mm³), com contagem absoluta de neutrófilos de 14.000/mm³ e trombocitose (plaquetas = 542.000mm³). Apresentava história pregressa de SS, com diagnóstico em 2011 por biópsia cutânea, sem identificação à época de associação com droga ou malignidade. Diante de quadro clínico-laboratorial, foi definida recidiva de SS, sendo iniciada prednisona (1,0 mg/kg/dia), com boa resposta, seguido de desmame lento de corticoide e remissão total das lesões. Durante internamento, história clínica e exames complementares foram revisados, a fim de identificar possíveis gatilhos para recidiva. A paciente referia quadro de odinofagia, com exsudato amidaliano e febre há 6 dias do aparecimento do quadro dermatológico, com tratamento com penicilina benzatina. Foi realizado screening para neoplasias, conforme recomendações atuais para idade e sexo, que se mostrou negativo.

Conclusões/Considerações finais

Este relato mostra como a recorrência de SS clássica pode acontecer mesmo após longo período de remissão, demonstrando a importância de manter acompanhamento a longo prazo para esses pacientes, afastando possíveis gatilhos para novo evento.

Palavras-chave

Síndrome de Sweet; Recorrência

Área

Clínica Médica