Dados do Trabalho
Título
Prevalência de Alterações Ecocardiográficas em Pacientes com Doença Renal Terminal em um Hospital Regional de Janeiro a Dezembro de 2018
Fundamentação/Introdução
Fundamentação/Introdução: A doença renal crônica terminal (DRCT) é atualmente considerada um problema de saúde pública. Pacientes com DRCT comumente apresentam alto risco cardiovascular, devido a fatores de risco tradicionais e não tradicionais que muitas vezes ocasionam alterações ecocardiográficas.
Objetivos
Objetivos: Avaliar a prevalência de alterações ecocardiográficas nos pacientes com DRCT em hemodiálise crônica entre janeiro a dezembro de 2018, comparando dados clínicos e ecocardiográficos dos pacientes com e sem hipertrofia ventricular esquerda.
Delineamento e Métodos
Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e retrospectivo. Foram incluídos pacientes com DRCT que foram submetidos a sessões de diálise em hospital regional entre janeiro a dezembro de 2018. Dados foram coletados de prontuário eletrônico. As análises de variáveis numéricas foram comparadas usando o teste não-paramétrico de soma de postos de Mann-Whitney. As variáveis categóricas foram comparadas por meio do teste do chi-quadrado. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.
Resultados
Resultados: Cerca de 100 pacientes foram selecionados. Houve predomínio de pacientes do sexo masculino (56%), com faixa etária de 57.4 + - 16.3 anos, com principal etiologia de DRCT diabetes mellitus tipo 2 (DM tipo 2) e/ou hipertensão arterial sistêmica (HAS) (52%). Cerca de 74% dos pacientes realizaram ecocardiograma, com alterações em 81% daqueles que o fizeram. As principais alterações foram: hipertrofia ventricular esquerda (HVE) (63.3%), disfunção diastólica (35%) disfunção sistólica (35%) e disfunção segmentar (26.6%). Acerca dos desfechos, 40% foram de alta para hemodiálise crônica, 15% permaneceram internados em diálise e 27% foram a óbito, com 18% tendo outros desfechos. Houve predomínio de pacientes do sexo feminino com HVE e uma maior associação com disfunção diastólica concomitante neste subgrupo de pacientes, com relevância estatística (p<0.05).
Conclusões/Considerações finais
Conclusões/Considerações Finais: Os pacientes em DRCT internados no período compreendido eram na sua maioria homens, na 5ª década de vida, com DM ou HAS como causa de DRCT. A prevalência de alterações ecocardiográficas entre os que fizeram o ecocardiograma foi elevada, sendo que 1/3 dos pacientes foram a óbito; o que evidencia a gravidade de tais pacientes. O predomínio de pacientes com sexo feminino com HVE pode evidenciar uma iniquidade e demora no acesso a terapia dialítica deste subgrupo.
Palavras-chave
Doença Renal Crônica, Epidemiologia
Área
Clínica Médica
Autores
Letícia Jordão Almeida, Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz, Gabriel de Oliveira Araújo, Álisson Duarte Martins, Débora Freire Ribeiro Rocha, Nathália Ferigolo Trevisan Ribeiro