15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PACIENTE CIRRÓTICO, CHILD C, VAI A ÓBITO POR TROMBOEMBOLISMO PULMONAR.

Introdução/Fundamentos

Pacientes com a presença de cirrose hepática apresentam graus variados de déficit de fatores plasmáticos da coagulação (com exceção do fator VIII), disfunção e diminuição do número de plaquetas, disfunção endotelial e hiperfibrinólise, além disso infecções bacterianas graves levam à piora dos parâmetros de coagulação contribuindo para o estado de hipocoagulabilidade. Porém, pacientes com cirrose hepática não estão protegidos de trombose e tromboembolismo, mesmo com o INR alargado, pois há um mecanismo compensatório que leva ao reequilíbrio da coagulação que pode levar ao predomínio da via pró-coagulante, levando ao estado de hipercoagulabilidade.

Objetivos

Descrever relato de caso de paciente com cirrose hepática CHILD C, que veio à óbito por tromboembolismo pulmonar

Caso

Paciente 56 anos, sexo masculino, institucionalizado, etilista crônico, hipertenso e diabético. Foi trazido pelo SAMU, desorientado, com dor em abdominal inespecífica. Na entrada paciente em regular estado geral, emagrecido, Glasgow 12 (3+4+5), ictérico +/4+, desidratado ++/4+, afebril, acianótico. Pressão arterial: 100/60, ritmo cardíaco regular com sopro sistólico 2+/4+ em foco pulmonar, turgência de jugular presente. Abdome distendido, piparote presente. Edema em membros inferiores ++/4+, maior à direita. Nos exames laboratoriais de entrada apresentou urina tipo 1 evidenciando infecção do trato urinário. Ureia: 53,6; hemograma com leucopenia de 3.83 e plaquetopenia de 65 mil. Classificado como CHILD C, MELD 11 pontos, com diagnostico de encefalopatia hepática. Paciente permaneceu internado por 18 dias na enfermaria, apresentando variação do nível consciência durante toda internação. Foi realizado paracentese diagnostica com GASA: 0,7. CEA de 5,3. Realizado exames de imagem apresentando varizes de esôfago de médio calibre. Ultrassom Doppler de membros inferiores sem sinais de tromboembolismo venoso agudo. Paciente com melhora clinica e laboratorial recebeu alta. Após 5 dias paciente retorna ao Pronto Socorro trazido pelo SAMU com rebaixamento do nível de consciência, com tromboembolismo pulmonar à direita e massa em mediastino a esclarecer, foi a óbito 3 dias depois.

Conclusões/Considerações finais

Conclui-se que apesar do paciente cirrótico apresentar graus variados de déficit ele está sujeito à eventos trombóticos sendo necessário um manejo individualizado e intensivo nesses pacientes

Palavras-chave

Cirrose hepática CHILD C, tromboembolismo pulmonar, encefalopatia hepática.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário Ingá- UNINGÁ - Paraná - Brasil, UNIDERP- ANHANGUERA - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

Jessiane Karen Silvestre, Jéssica Thais Silvestre, Jéssica Santos Corrêa, Thainá Berto De Castro, Luiza Ocáriz Acioly, Marcela Carvalho Camargo Caciatori Bravo