Dados do Trabalho

Título

Carcinoma folicular de tireoide em biópsia de nódulo hipercaptante – Relato de caso

Introdução/Fundamentos

Nódulo tireoideano é uma afecção comum da glândula, sendo considerada a quarta neoplasia maligna mais frequente nas mulheres brasileiras (3,4,5,8,10). Embora a maioria seja de caráter benigno, deve-se excluir a possibilidade de neoplasia. A maioria dos carcinomas diferenciados de tireóide não demonstra capacidade de acumular iodo radioativo, sendo, então, caracterizados como nódulos não-funcionantes (frios) à cintilografia da glândula. Por outro lado, os nódulos com maior capacidade de captar iodo em relação a tecidos vizinhos são chamados de quentes (hipercaptantes), sendo comumente hiperfuncionantes, causadores de hipertireoidismo e raramente malignos (9).

Objetivos

Relatar um caso de paciente com diagnóstico de Carcinoma Folicular de tireóide em nódulo hipercaptante à cintilografia, objetivando mostrar que, apesar desta característica sugerir benignidade, não se deve descartar a possibilidade de neoplasia.

Caso

Mulher M.B.P, 24 anos, encaminhada ao endocrinologista devido alteração da função tireoidiana durante investigação de irregularidade menstrual a despeito do uso de medicação contraceptiva. Sem comorbidades ou antecedentes pessoais/familiares relevantes. Exames iniciais: TSH <0,008, TRAB negativo. US tireoide: nódulo único no lobo esquerdo, sólido, isoecogênico, heterogêneo, circunscrito, halo hipoecóico, 3,7x1,6cm. Solicitada cintilografia da tireoide, que mostrou nódulo quente com sinais de supressão do parênquima extranodular, sugerindo nódulo autônomo. Proposto tratamento com iodoterapia, porém paciente preferiu cirurgia com lobectomia à esquerda. Análise anatomopatológica evidenciou carcinoma folicular minimamente invasivo.

Conclusões/Considerações finais

A incidência do diagnóstico de nódulos e câncer de tireóide vem aumentando globalmente, principalmente devido à maior realização de exames de imagem. Uma vez diagnosticada o nódulo devem ser solicitados exames laboratoriais para avaliar função tireoidiana. Em pacientes com tireotoxicose é recomendada avaliação complementar com cintilografia da tireóide. Trata-se de método não invasivo que ajuda no diagnóstico diferencial, classificando os nódulos como ‘quentes’ (hipercaptantes), sendo, normalmente benignos, e ‘frios’ (hipocaptantes), característica vista na maioria dos carcinomas diferenciados de tireóide. Este caso mostra uma paciente com nódulo de tireóide e alteração na sua função visto por exames laboratoriais, com diagnóstico de câncer de tireoide visto em anatomopatológico, apesar do nódulo ser hipercaptante à cintilografia.

Palavras-chave

nódulo; nódulo de tireoide; tireoide; câncer de tireoide; carcinoma folicular.

Área

Clínica Médica