Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL DIALÍTICA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Fundamentação/Introdução

A Injúria Renal Aguda (IRA), uma síndrome caracterizada pela diminuição abrupta da função renal que culmina na elevação da ureia e creatinina séricas pode ser tratada, dentre outras formas, pela terapia de hemodiálise, que é uma das técnicas mais utilizadas em unidades de terapia intensiva na atualidade.

Objetivos

Avaliar o perfil clínico-epidemiológico das hemodiálises ocorridas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sudoeste do Paraná, entre os anos de 2011 e 2019.

Delineamento e Métodos

Foram coletados dados de prontuários e dos livros de diálises de pacientes que apresentavam IRA e eram submetidos à diálise na UTI do HRS no período de 2011 a 2019. Foram incluídos no estudo os pacientes maiores de 18 anos e que possuíam todos os dados anotados no caderno de diálise e prontuário (idade, gênero, APACHE II, data de alta ou óbito, dosagem de creatinina e uréia pré e pós hemodiálise).

Resultados

No presente estudo, 249 pacientes foram incluídos e destes 156 eram do sexo masculino e 93 do sexo feminino. A taxa de mortalidade global foi de 60,64% (total de 151 mortes no período de estudo). Os níveis médios de ureia e creatinina dosados antes e após a diálise foram 198, 114, 6 e 3, respectivamente, sendo que a Taxa de Remoção de Ureia (PRU) média foi de 42,42%. A média do APACHE II na população total foi de 27,37.

Após análise global, os pacientes foram divididos em dois grupos, os que apresentavam até 59 anos de idade (Grupo 1 – G1) e os com idade igual ou superior a 60 anos de idade (Grupo 2 – G2). O primeiro grupo foi composto por 107 pacientes e o segundo por 142 pacientes, correspondendo a 43% e 57% da população, respectivamente. A média do APACHE foi de 24,63 no G1 e de 29,87 no G2. Além disso, pôde-se verificar que a taxa de mortalidade no G1 foi de 49,53% e no G2 de 66,05%.

Conclusões/Considerações finais

Pode-se perceber, a partir dos resultados obtidos, que a maioria dos pacientes acometidos por IRA dialítica no hospital analisado possui idade igual ou superior a 60 anos. Além disso, percebe-se que este grupo com pacientes acima de 59 anos apresenta valores de APACHE II comparativamente maior do que o do grupo de pacientes até 59 anos. Por fim, observou-se uma associação entre risco de morte e pertencer Grupo 2 (p= 0,02), o que significa que, na UTI analisada, os pacientes que vão a óbito mais frequentemente possuem 60 anos ou mais.

Palavras-chave

Unidade de Terapia Intensiva; Idosos; Insuficiência Renal Aguda; Hemodiálise.

Área

Clínica Médica