15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

OSTEOMALÁCIA INDUZIDA POR TUMOR: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Introdução: A osteomalácia induzida por tumor (OIT) é uma síndrome paraneoplásica rara, causada por hiperprodução de agente fosfatúrico, levando a hipofosfatemia e hiperfosfatúria crônicas, associadas a níveis reduzidos de vitamina D (25-OH).

Objetivos

Objetivos: Descrever o caso de um adulto jovem com quadro inicial de dor óssea, múltiplas fraturas e hipofosfatemia, com diagnóstico tardio de OIT.

Caso

Descrição do caso: ELTC, 19 anos, sexo masculino, previamente hígido, com ingesta de cálcio adequada, praticante de atividade física regular, procurou atendimento devido quadro de dor em região de quadril direito, de início há um ano, com piora progressiva, associada à claudicação e limitação funcional. Realizou exame de imagem que evidenciou fratura de colo de fêmur direito, sendo submetido à correção cirúrgica. No decorrer do seguimento, paciente cursou com fratura de 2º e 3º metatarsos do pé esquerdo e fratura de colo de fêmur esquerdo, respectivamente após 4 e 7 meses da primeira avaliação. Negava trauma antecedente as fraturas, uso de medicações ou história familiar de doença óssea. Exames laboratoriais iniciais demonstraram hipofosfatemia, fosfatase alcalina aumentada, hipercalciúria, fator de crescimento fibroblástico aumentado (FGF-23) e vitamina D (25-OH) insuficiente. Cálcio sérico, fósforo urinário, paratormônio, proteína C reativa, velocidade de hemossedimentação e creatinina normais. Densitometria óssea de coluna vertebral e colo femoral evidenciou baixa densidade mineral óssea para a idade e biópsia óssea revelou sinais de defeito da mineralização. Aproximadamente 18 meses após início da investigação, paciente evoluiu com cervicalgia mecânica e paralisia de IX, X, XI e XII par de nervos cranianos, realizou exame de imagem que diagnosticou tumor de arco anterior de C1, imunohistoquímica compatível com condroblastoma. O tratamento instituído foi a ressecção cirúrgica do tumor, além de reposição de altos níveis de fosfato e calcitriol, cursando posteriormente com estabilização dos biomarcadores de turnover ósseo.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões: O diagnóstico da osteomalácia oncogênica é difícil e, muitas vezes, estabelecido quando já existe grave comprometimento físico. No caso relatado, a ressecção tumoral e a normalização dos níveis de fósforo séricos foram o passo inicial no processo de recuperação clínica. Os autores reforçam a importância do reconhecimento dessa entidade, uma vez que a remoção do tumor responsável pelos sintomas pode evitar sérias complicações ou mesmo a morte.

Palavras-chave

Osteomalácia induzida por tumor; Paraneoplásica; Hipofosfatemia; Hiperfosfatúria; Vitamina D

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriela Gobo Nogueira, Ana Paula Adame, Andressa Janaina Ferrandin, Eduarda Maria Schroeder, Jalyson de Freitas Souza, Marcio Augusto Nogueira